Decisão da Anatel pode influenciar outros países na América Latina

A atitude da Anatel em relação à cobrança de qualidade dos serviços prestados por operadoras no Brasil pode acabar inspirando outros países na América Latina a adotar o mesmo tom. Segundo o diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe, Erasmo Rojas, as medidas foram duras, mas podem acabar ajudando as empresas de telecomunicação móvel a implementar novas tecnologias.

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Segundo ele, em alguns países latino-americanos há uma situação semelhante em relação às queixas dos usuários de telefonia móvel. A diferença é a forma com a qual o governo tratou do assunto: em vez de aplicar multas para indenizar os próprios cofres públicos ou ressarcir os cidadãos, a Anatel optou por aplicar uma “multa indireta”, impedindo as operadoras de gerarem receita. “O governo está buscando melhorar a qualidade, não é somente pelo dinheiro”, afirma.

Dessa forma, o executivo acredita que a discussão será levada para outros países na região. “Quando um país grande como o Brasil realiza ações assim, é seguro que faça um eco em outros lugares, dando ideia às agências [reguladoras]”, analisa. “Não é só punir, mas impor um plano de ação”, ressalta, elogiando o modelo utilizado pela Anatel.

Antenas

Rojas acredita em uma melhora sensível nos serviços em três a seis meses, dependendo da rapidez da resolução dos pontos discutidos entre a agência e as companhias. “De alguma maneira, achamos necessária a ação por parte do governo pela magnitude das queixas dos usuários. As operadoras vão fazer o máximo de esforço e a Anatel tem certeza sobre seus indicadores”, afirma.

A questão para melhorar esse serviço, mais uma vez, é com a legislação em cada município para instalação de antenas, segundo o diretor da 4G Americas. Ele diz que, após o leilão ainda do 3G, no final de 2007, o governo deu um prazo de implantação, mas houve dificuldade para atender a todas as áreas prometidas.  

Mas a Lei Geral de Antenas, em elaboração pelo Minicom, não deverá se sobrepor às leis municipais, mas sim para os locais onde não há legislação específica, exigindo ainda um diálogo entre as prefeituras e as operadoras. Dessa forma, para ele, as saídas serão a compartilhamento de infraestrutura e o investimento em antenas pequenas, as femtocells. “Achamos que [o compartilhamento] vai ajudar um pouco, pois não tem sentido um investimento paralelo de quatro empresas para o mesmo site”.

Erasmo Rojas acredita que é possível suprir a necessidade com uma rede heterogênea, utilizando diversos tipos de antenas. Aí entram as femtocells, que são antenas menores e podem ser instaladas em prédios. “Isso vai ajudar porque será preciso menos torres externas, acelerando o processo”, afirma. “Ou se instala mais ERBs, ou antenas diferentes”, diz, salientando ainda a possibilidade de se utilizar o Wi-Fi para desobstruir o tráfego das redes móveis.

4G

Para o diretor da 4G Americas, a decisão da Anatel também acaba impulsionando o cronograma de implantação da rede LTE no País. Ele considerou que, com a necessidade de melhorias impostas, as operadoras acabarão se concentrando nos equipamentos e podem modernizar a infraestrutura, deixando-a mais adequada não só para o espectro de 2,5 GHz, mas também para a demanda do 3G que deverá aumentar com os eventos esportivos, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

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