A indústria comercial de satélites bateu recorde anual pelo quinto ano consecutivo após colocar 2.325 novos artefatos em órbita durante 2022, em um crescimento de 35% na comparação com o ano anterior.
Os dados constam em relatório anual da Satellite Industry Association (SIA), realizado ao lado da BryceTech. Após 161 lançamentos comerciais identificados em 2022 (sendo 56% nos Estados Unidos), o documento apontou 7.316 satélites ativos em órbita da Terra até o final do ano passado (crescimento de 321% em cinco anos).
Apenas em 2022, a economia espacial global gerou US$ 384 bilhões em receitas, das quais 73% oriundas da indústria de satélites (cerca de US$ 281 bilhões). Este montante ficou dividido entre serviços (US$ 113 bilhões), a manufatura (US$ 15,8 bilhões), a indústria de lançamentos (US$ 7 bilhões) e o segmento terrestre, responsável pela maior fatia (US$ 145 bilhões).
No caso dos serviços, US$ 92,7 bilhões vieram do atendimento a consumidores finais – com destaque para as receitas de banda larga via satélite crescendo 18% (para cerca de US$ 2,4 bilhões em 2022, segundo o portal Via Satellite). Já a TV via satélite teria recuado 7% em faturamento, representando ainda um segmento de US$ 82 bilhões no fim do ano passado.
Ainda na vertical de serviços mas para o mercado corporativo, foram identificados US$ 17,7 bilhões em receitas, passando por acordos de transponder, voz, dados e serviços gerenciados via satélite. Já o sensoriamento remoto mobilizou outros US$ 2,9 bilhões.
Dentro do segmento terrestre, a maior parte das receitas (US$ 11,9 bilhões) está relacionada a sistemas globais de posicionamento e navegação (GNSS) como o GPS, passando por terminais e chipsets para a vertical, calcula o relatório da SIA. Já equipamentos para consumidores – como antenas para serviços de TV ou banda larga – mobilizaram outros US$ 17 bilhões em 2022, enquanto equipamentos de rede – tais como VSATs e gateways -, geraram US$ 15,2 bilhões em receitas dentro do segmento terrestre.
De forma geral, a queda nos custos de lançamento e fabricação e o aumento das utilidades dos serviços satelitais são considerados os principais fatores para crescimento da indústria global. Novas conexões de banda larga com ajuda de constelações de baixa órbita, a comunicação direta com dispositivos, novos serviços em órbita e atividades de sustentabilidade no espaço devem ser alguns dos motores de crescimento nos próximos anos, entende a SIA.