Huawei vê concorrência e topologia de rede movimentando provedores regionais

Lucas Mattos, da Huawei

Fornecedora para redes de telecom com ampla atuação também entre os provedores regionais, a Huawei está enxergando a concorrência na banda larga e questões relacionadas à topologia de rede como algumas das maiores preocupações dentro da cadeia de pequenas e médias operadoras.

Diretor de vendas da chinesa para o segmento, Lucas Mattos conversou com o TELETIME durante o Encontro Nacional da Abrint, realizado nesta semana em São Paulo. "Hoje, os provedores regionais representam uma grande parte do nosso negócio de enterprise", colocou o executivo da Huawei – que apresentou algumas apostas em meio ao evento.

Uma delas foi a disponibilização de plataforma para gerenciamento de WiFi no mercado de prestadoras de pequeno porte; até então, o recurso para experiência "premium" com ajuda de suporte técnico remoto e inteligência artificial estava disponível apenas para grandes operadoras. A solução – que contará com capilaridade das distribuidoras Connectoway, Agora, Celeti e FiberX, entre outras – está ligada ao entendimento de disputa cada vez mais acirrada pelo cliente da banda larga.

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"No mercado de ISPs a concorrência ficou muito pesada e o WiFi premium será um diferencial, seja para reduzir churn, opex ou gerar novos negócios. Hoje, o sinal dentro de casa é um dos maiores gargalos para as operadoras, que muitas vezes só sabem do problema quando o consumidor reclama", apontou Mattos.

Esta, contudo, não seria a única preocupação da cadeia: melhorias na infraestrutura de provedores regionais também seria tema em alta. "Vemos muita gente nos acionando para rever a topologia de rede. Essa é uma das primeiras ações de preparação antes de crescer em larga escala". A leitura se conecta com o entendimento de que boa parte das redes fixas não estariam aptas a atender a demanda que emerge junto a novas tecnologias, como o 5G.

A atualização de equipamentos de redes fixas para a tecnologia XGS-PON seria parte do esforço de adequação, mas a Huawei também começou a promover a evolução do recurso – ou o 50GPON, cinco vezes mais potente. Ainda que a demanda por essa velocidade ainda não seja tão evidente, provedores que optarem por investimentos na tecnologia mais recente não precisariam realizar novas adequações em um futuro próximo, aponta Mattos.

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Segundo o diretor de vendas para provedores da Huawei, é difícil estimar o market share exato da chinesa no fornecimento para a cadeia de regionais da banda larga. "Com certeza somos um dos maiores, seja como primeiro ou como segundo".

Especificamente no segmento de redes IP, uma informação recente compartilhada pelo executivo aponta a Huawei como fabricante de cerca de 45% dos roteadores de provedores conectados ao pontos de troca de tráfego (IX) do NIC.br em São Paulo e no Rio de Janeiro. No primeiro caso, a participação era de menos de 5% em 2016.

Agora, a gigante chinesa também enxerga novos segmentos onde a proximidade com os ISPs pode gerar oportunidades de negócios. Entre as abordagens está a de ajudar a transição de players B2C (focados no consumidor final) para atuação B2B, seja distribuindo serviços da Huawei (como nuvem) ou habilitando novos recursos ao lado da fornecedora.

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