No Brasil, a Telefônica está estudando a possibilidade de compartilhar espectro de 4G com seus concorrentes, tendo inclusive perguntado à Anatel sobre a viabilidade regulatória dessa ideia. Em Barcelona, no Mobile World Congress (MWC), MOBILE TIME aproveitou a presença do CTO global do grupo, Enrique Blanco, para verificar se essa é uma estratégia mundial da companhia ou pontual do mercado brasileiro. "Nosso objetivo é dar sempre a melhor rede ao cliente e isso não é incompatível com o compartilhamento de espectro. Compartilharemos nossa rede até onde o regulador permitir", respondeu o executivo.
Blanco aproveitou para citar o exemplo britânico, onde a empresa divide a rede com a Vodafone. Lá, o compartilhamento chega até aos equipamentos de rádio, mas não ao espectro em sim, porque o regulador não permite. Ou seja, no fim das contas, o compartilhamento de espectro é desejado pela companhia, mas vai depender do órgão regulador de cada país. Blanco aproveitou para ressaltar, contudo, que a empresa "não pensa em acessos, pensa em clientes". Em outras palavras: o compartilhamento de rede e de espectro não pode afetar a experiência dos assinantes.
Brasil
As discussões entre operadores brasilerios e a Anatel em relação à possibilidade de compartilhamento da rede de rádio (RAN sharing) têm sido intensas em Barcelona. As operadoras têm apresentado à Anatel os detalhes técnicos e a agência, por sua vez, tem exposto seus pontos de preocupação. Por enquanto, as preocupações da Anatel estão relacionadas à responsabilização por falhas, à possibilidade de devolução de frequências, ao uso eficiente do espectro (sem deixar frequências ociosas) e ao acesso de uma operadora sobre as informações dos clientes da operadora "hóspede". Mas, de um modo geral, a vontade de todas as operadoras em realizarem o compartilhamento e a própria regulamentação, que prevê essa possibilidade, sinalizam que o pedido das empresas deve ser aprovado sem maiores problemas.