Aumentam apostas no interesse da Claro por MG

Cresce a expectativa entre analistas do mercado de ações de que a Telecom Américas (Claro) dispute a licitação da banda E na área 3 (Minas Gerais), cujo lote, no valor de R$ 61,7 milhões, foi devolvido pela Vésper. Se essa aposta se confirmar, ficariam reduzidas as chances de venda da Telemig Celular, uma vez que a Claro, que utiliza a mesma tecnologia escolhida para a migração da operadora da banda A (GSM), constitui-se, no momento, na maior interessada.
De qualquer forma, o suspense não será desvendado tão cedo. A decisão de apresentar uma proposta ou não será conhecida apenas em cima da hora, ?para atrapalhar os concorrentes?, afirmou o presidente da companhia, Carlos Henrique Moreira. Ou seja: vai até 6 de abril.
O aviso de licitação, só agora publicado, ainda passará por um ritual que prevê a possibilidade de impugnação (até 8 de março), esclarecimentos (até 15 de março), identificação e entrega de propostas (dia 6 de abril). O leilão está previsto para o dia 13 de abril.

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Note-se que continua caindo a superioridade das ações ordinárias sobre as preferenciais da Telemig Celular, indicando que os investidores acreditam menos na probabilidade de venda. As ON são mais valorizadas no processo de venda porque seus portadores têm direito a 80% do preço pago pelo novo controlador. As ON, que eram 61,6% mais caras que as PN, estavam nesta quinta-feira, 26, apenas 31,4% acima do preço das preferenciais.

Montagem da rede

Até recentemente, apenas o analista do BBVA, Jefrey Noble, vinha demonstrando que a compra das sobras poderia ser mais vantajosa do que a aquisição da Telemig Celular, dado o alto preço a ser pago. Segundo seus cálculos, já publicados por TELETIME News, a Claro poderia conquistar 30% do mercado mineiro com um investimento inicial de US$ 206 milhões. Atualmente, vários outros especialistas concordam com essa tese.
Com efeito, para comprar o controle da Telemig Celular sem fechar o capital, o desembolso estimado poderia a chegar a US$ 300 milhões, considerando um prêmio de controle de 100%. Para comprar toda a empresa, o desembolso, na melhor das hipóteses, ficaria entre US$ 800 milhões e US$ 900 milhões. Isso, se o Banco Opportunity, controlador, concordasse em fazer o negócio na base de US$ 400 para cada um dos 2,2 milhões de assinantes ? o que é pouco provável.

Brasil Telecom

Reduzindo-se as chances de venda da Telemig Celular, aumenta a probabilidade de algum arranjo para a aquisição da empresa pela Brasil Telecom, do mesmo controlador, que tem pressa para a montagem de sua rede de telefonia móvel.
Em encontro recente com analistas, a Brasil Telecom informou que já conta com 146 Estações Rádio Base (ERBs) instaladas, com capacidade de cobertura de mais de 50% da área urbana nas 10 capitais da Região II (Sul e Centro-Oeste). O lançamento oficial, que estava previsto para abril, deve ficar para maio, segundo comentários de funcionários da Brasil Telecom que acompanham a implantação.
A expectativa é alcançar cerca de 1 milhão de usuários nos primeiros 13 meses de operação. Adquirindo a Telemig Celular, esse número ascenderia a 3,2 milhões, com grande ganho sinérgico.
O problema de sempre é do conflito societário. A montagem da rede móvel apenas adiciona combustível à briga entre Telecom Italia e Opportunity. Este, valendo-se do direito concedido pela Anatel de montagem da rede móvel, parece apostar na criação de uma situação de fato, o que tornaria inviável a volta dos italianos ao controle.

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