Entrada de pedidos cresceu 45% na Siemens em 2004

A Siemens completará seu primeiro século de Brasil em 2005 com resultados exemplares em 2004. A empresa cresceu mais do que os mercados em que atua, pelo terceiro ano consecutivo, com a entrada de R$ 6,1 bilhões de pedidos, 45% acima de 2003. ?O difícil agora é convencer os acionistas de que é impossível continuar a ter um resultado igual?, brincou o presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo. E a telefonia móvel, ironicamente responsável pelo resultado negativo mundialmente no grupo, teve um papel fundamentel no bom desempenho brasileiro. Segundo Primo, a área móvel é deficitária em handsets no mundo (o prejuízo foi de ? 100 milhões), mas não em infra-estrutura. Para recuperá-la serão necessárias algumas ações, que estão em análise, como mudança de processos e até cooperação entre empresas, o que poderá significar associação com outros fornecedores. O objetivo é ter entre 8% e 11% de Ebit.
As exportações da empresa no Brasil atingiram R$ 620,5 milhões, um crescimento de 150% em comparação a 2003. Com os investimentos feitos na área de pesquisa e desenvolvimento (R$ 108,3 milhões ante R$ 79,6 milhões no ano passado), a Siemens pretende até reforçar o desenvolvimento de software no País, já que muito deste trabalho ainda é feito na Alemanha e nos Estados Unidos. A meta é aplicar o aumento de 150% também para as exportações de software de telefonia, principalmente, passando de pouco mais de US$ 20 milhões hoje para US$ 50 milhões nos próximos dois anos. As vendas deverão ser especialmente para a matriz da empresa, na Alemanha.
O faturamento líquido da Siemens atingiu R$ 5,9 bilhões, 27% acima do registrado no ano passado, e o lucro líquido após os impostos foi de R$ 204 milhões, com elevação de 17% sobre o ano anterior. Mundialmente, o faturamento foi de ? 88 bilhões – o Brasil participou com 2% e a América Latina com 4,5%. A China, isoladamente, representou 5% do valor, o que Primo considerou pouco.

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Information and Communications, divisão em que está incluída telecomunicação, representou 56% do faturamento líquido no Brasil em 2004, seguida por automation and control (14%), power (13%), transportation (10%), lighting (4%) e medical (3%). Mundialmente, o equilíbrio é maior entre indústria, energia e telecomunicação, disse Primo, destacando que este último setor equivale a cerca de 25% do valor. Aqui, o equilíbrio, que é visto como um fator de segurança, deverá vir no longo prazo, mas depende de investimento do País. Em 2005 não deverá haver alteração importante, diz Primo. Para 2006, a empresa tentará elevar as exportações na área de energia.

Erros de avaliação

A Siemens já entrou em seu primeiro trimestre fiscal de 2005 e sua diretoria percebeu que cometeu erros de avaliação. O planejamento feito em maio subestimou o desempenho para 2005. Na infra-estrutura de GSM, por exemplo, não se acreditava que ainda se acrescentariam tantas estações radiobase (ERBs) quanto em 2004 e que até haveria queda de 20% a 30% em todo o mercado, mas tão logo iniciou o trimestre os executivos perceberam que a demanda está muito aquecida e a redução de ERBs não ocorrerá. Ao contrário, poderá ser de 10% a 20% superior a 2004, acredita o vice-presidente Aluizio Byrro. A empresa detém market share de 38% das ERBs GSM no País e entre 40% e 45% dos aparelhos desta tecnologia, afirma o executivo. O planejamento será revisto em janeiro.
Em telefonia fixa houve perda de rentabilidade, mas Byrro acredita em retomada dos negócios com o Plano Geral de Metas de Universalização. A empresa está alinhavando um contrato com a Telemar para fornecer equipamentos a 4,5 mil localidades. Mais de 60% delas precisam ter um telefone público, enquanto para o restante deverá ser fornecida uma central pequena para cada, afirma o executivo.

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