Em resposta à declaração do presidente da TIM, Mario Cesar de Araujo, segundo quem a tecnologia de 2,5 G do GSM não paga royalties para a Qualcomm, o presidente da fornecedora norte-americana no Brasil, Marco Aurélio Rodrigues, alertou mais uma vez para o risco de o País perder o bonde da história. ?Defendemos a adoção em larga escala do WCDMA no Brasil, mas levamos em conta também o interesse do País nisso?, alega. Para Rodrigues, a discussão de se evoluir ou não a telefonia celular no Brasil é ?esquisita? e lembra que ninguém discute a evolução da telefonia fixa. Embora reconheça que o espectro de freqüência é um bem escasso, ele destaca que o governo reservou a faixa para a 3G desde o ano 2000. ?Não se deve obrigar quem não quer investir em 3G, mas é necessário o oferecimento de freqüências, que cada uma das operadoras tome a decisão e que o Brasil não cerceie a evolução da tecnologia?, argumenta. Para o presidente da Qualcomm, não parece legítimo que se alegue que o Brasil é um País de segunda categoria em que a população não tem capacidade para esses novos serviços. ?Quando o celular foi introduzido no Brasil, era ?negócio para rico?, e se tivéssemos seguido outras cabeças na época, não teríamos telefonia móvel?, diz.
Royalties
Rodrigues afirma ainda que a tecnologia GSM também cobra royalties para aqueles que não fazem parte do grupo de fornecedores que desenvolveu a tecnologia. ?São royalties acima de 13%?, diz.
Segundo Rodrigues, em 2002 a Qualcomm recebeu US$ 3,3 bilhões em royalties, período em que fornecedores de CMDA e WCDMA arrecadaram US$ 93,1 bilhões em receitas de infra-estrutura, handsets e serviços. Em 2004, as patentes renderam à Qualcomm outros US$ 5,1 bilhões, enquanto o mercado CDMA/WCDMA movimentou outros US$ 155 bilhões.