Fundo começa a se desenhar como alternativa para italianos

A Anatel recebeu, na semana passada, uma sinalização por parte da Telecom Italia de como seria a solução para o problema da sobreposição de licenças entre TIM e Brasil Telecom. Como se recorda, a agência deu até o dia 29 de outubro para que a BrT e o grupo italiano resolvam o impasse criado pelo fato de ambos os grupos terem operações de celular e longa distância em áreas coincidentes. O problema aparece porque, além de controladora da TIM, a Telecom Italia tem 38% e poderes de controladora na Solpart, holding da Brasil Telecom.
Segundo apurou este noticiário, a solução mais provável é o uso de um fundo fideicomisso, que assumiria o controle das ações da Telecom Italia até que elas sejam vendidas e se desfaça a sobreposição. A Telecom Italia estaria disposta a colocar as ações em um fundo, desde que ele seja independente, sem vinculação com nenhuma tele. Já a agência quer que este fundo esteja presente no Brasil.
Se a solução para o impasse for mesmo esta, será a repetição de um modelo que já deu resultado em outras ocasiões. No caso mais famoso, de 1999, a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) teve suas ações passadas para um fundo até que a Telefônica finalizasse a venda das mesmas para a Brasil Telecom. Na época, contudo, diante da demora para que se chegasse a um entendimento, a Anatel determinou uma intervenção na CRT.

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Nas últimas semanas, cresceram no mercado as especulações de que o Opportunity poderia assumir as ações da Telecom Italia na Solpart, voltando assim ao bloco de controle da BrT. Este "retorno" se daria ou pela compra das ações ou pela transferência da gestão das mesmas para o grupo de Daniel Dantas, que se tornaria o administrador das ações até que elas fossem vendidas. Segundo fontes ouvidas por este noticiário, esta possibilidade está 99,9% afastada.

Demora

O problema da Telecom Italia é que com o afastamento de Marco Tronchetti Provera do comando mundial da companhia, na semana passada, todas as negociações em andamento ficaram suspensas. O grupo italiano passou a ser investigado na Itália em função dos atos da gestão de Provera. Diante deste cenário, é pouco provável que uma solução seja encontrada para o impasse das operações brasileiras até o final de outubro, como exige a Anatel.
Nesta segunda, 25, os principais executivos da Telecom Italia, incluindo Guido Rossi, presidente que assumiu no lugar de Provera, estiveram na Consob (órgão regulador do mercado de capitais da Itália) e explicaram que o processo de reorganização da empresa está mantido, com a separação das áreas de banda larga e mídia, mas que não existe na mesa nenhuma proposta ou orientação aos advisers financeiros para a alienação de ativos.

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