Interconexão entre redes privadas e pública deveria ser permitida, defende Qualcomm

Francisco Giacomini Soares, da Qualcomm. Foto: Rudy Trindade/Themapress/TELETIME

[Publicado originalmente no Mobile Time] A regulamentação atual de telecomunicações no Brasil não permite que uma rede privada móvel se conecte à rede pública. Isso deveria mudar, na opinião do vice-presidente de relações governamentais para a América Latina da Qualcomm, Francisco Giacomini. Ele entende que essa interconexão não deveria ser obrigatória, mas tampouco proibida. A ideia é que ela seja permitida para casos em que os dois lados estejam de acordo.

"A ideia não é forçar a interconexão, mas permitir que ela aconteça desde que as duas partes a vejam como vantajosa. Pois dependendo do modelo de negócios pode ser bom para os dois lados. O que não pode ser é vedado, como acontece hoje", argumenta o executivo. "Estamos em um novo momento, no qual há potencialidade grande de serviços de redes privadas se desenvolverem, mas a regulamentação precisa ser atualizada. A regulamentação atual é antiga", complementa.

Giacomini divide as redes privadas em três tipos. O primeiro é aquela fechada em si mesma, em que os usuários e dispositivos só conseguem falar ou transmitir dados para outros que estejam dentro da mesma rede. O segundo tipo são as que usam o recurso de network slicing em uma rede móvel pública, com alocação de espectro exclusivamente ou prioritariamente para elas. E o terceiro seriam as redes privadas com interconexão com a rede pública, tipo que precisaria de uma alteração da regulamentação para ser permitido no Brasil. Giacomini lembra ainda que a mudança na regulamentação tornaria possível também que redes privadas conversassem entre si através da rede pública.

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Numeração e resistência das teles

O vice-presidente da Qualcomm reconhece, contudo, que a possibilidade de interconexão entre redes privadas e públicas demandaria alguns ajustes regulatórios extras, como a criação de um plano de numeração para o SLP (Serviço Limitado Privado).

A ideia de interconexão enfrenta resistência do lado das operadoras móveis. "Tem operadora preocupada, achando que isso é uma ameaça para elas, mas não é. A interconexão pode ser boa para as operadoras. Tudo depende da negociação dos dois lados. A Anatel deve tirar a barreira regulatória caso os dois lados tenham um modelo de negócios interessante para a interconexão", propõe.

MPN

O gerente sênior de desenvolvimento de negócios da Qualcomm, Fransergio Vieira, participará de um painel de debate sobre oportunidades e desafios do mercado brasileiro de redes privativas móveis na segunda edição do MPN Fórum, seminário organizado por Mobile Time que acontecerá no dia 29 de novembro, no WTC, em São Paulo. Ele terá a companhia de Ari Lopes, gerente para as Américas de mercados de telecom da Omdia; Cristiano Moreira, gerente de negócios com operadoras e soluções avançadas da Embratel; e Luiz Spera, gerente de estratégia para o mercado de telecom do CPQD. A agenda completa e mais informações estão disponíveis em www.mpnforum.com.br.

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