Uma das entrantes no mercado de telefonia móvel, a Ligga Telecom aposta no uso secundário da faixa de 700 MHz e parcerias com outras operadoras para viabilizar o lançamento de redes 5G no Paraná, em São Paulo (com destaque para o interior do Estado) e na região Norte.
Diretor de assuntos regulatórios da operadora, Vitor Menezes participou do primeiro dia do Fórum das Operadoras Inovadoras de 2024, promovido por TELETIME e Mobile Time nesta terça-feira, 9. No evento, o executivo classificou a abordagem de entrada da Ligga no mercado móvel como "cautelosa", até pela diversidade das regiões onde tem licença de 3,5 GHz.
"O Paraná é a nossa casa, mas São Paulo tem vários mundos e o Norte, [uma geografia] que dispensa comentários. São modelos completamente diferentes", afirmou Menezes.
Ao TELETIME, o executivo notou que a estratégia passa por solicitar o uso secundário do 700 MHz "em boa parte das cidades" onde a empresa tem obrigação de cobertura (1.084), mas com foco inicial naquelas cujos compromissos vencem primeiro, ou em 2026. Menezes recorda que o uso da faixa é essencial para oferta de serviços de voz, visto que poucos smartphones permitem o recurso a partir da faixa de 3,5 GHz.
Apesar de não ter sido uma das provedoras que pediu para a Anatel suspender prazos para ativação do 700 MHz em uso secundário, a empresa considera a tarefa desafiadora e defende "cronograma razoável" para ligar o serviço. Uma das razões é que não estava no planejamento imediato adquirir rádios para a operação móvel, em movimento que precisará ser feito assim que tenha o uso secundário do 700 MHz em mãos.
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Parcerias
No planejamento da Ligga também estão novos acordos (atualmente em negociação) com operadoras nacionais para uso de roaming. A empresa espera que as condições padronizadas pelas ofertas de atacado da Oi Móvel resultem em "bons contratos" para as operadoras entrantes.
A busca por parcerias – inclusive com empresas regionais – também será importante na entrada da empresa no Norte do País. "Principalmente no Norte, pensamos em olhar para o ecossistema local e estruturar algo", afirma Menezes, indicando que uma primeira aliança para ingresso no mercado está prestes a ser anunciada.
Estratégia de parcerias pode ser replicada em São Paulo, onde a empresa mira o interior do Estado e não descarta acordos com empresas de fibra. A Ligga entende que há uma série de cidades paulistas com cenário competitivo no móvel centrado em apenas uma operadora, e que fariam sentido para a operação nova da empresa.
Já no Paraná, a empresa pensa em estratégia de oferta combinada com o serviço de banda larga, como forma de proteger a base e combater o churn (evasão de clientes) na carteira já relevante do serviço residencial. No estado natal, a Ligga também confia na sua presença no segmento corporativo (que, de uma maneira geral, representa 50% da receita). Isso abre espaço para estratégias de redes privativas, algo que a empresa já persegue.
Outro segmento considerado promissor é o de banda larga fixa sem fio (FWA) a partir das redes 5G. "Há várias tecnologias sendo lançadas com redução de preços e aumento de velocidades. Especialmente para novos mercados 5G, é algo que tem que ser olhado com carinho", afirmou Menezes.