Teve início nesta terça-feira, 24, o segundo encontro do Fórum Brasil Conectado com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. O evento tem como propósito debater com os diversos segmentos da sociedade as diretrizes que nortearão o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Em seu discurso de boas-vindas às entidades, a ministra-chefe pediu que o projeto seja de longo prazo, funcionando como uma alavanca para a consolidação das conquistas sociais obtidas até agora pelos brasileiros.
"Construiremos nos próximos dias um pacto das telecomunicações brasileiras; um pacto para a próxima década", afirmou Erenice sobre a "jornada" de três dias de debate que se iniciou hoje em Brasília. O discurso da ministra teve traços políticos evidentes, frisando ações realizadas pelo governo federal que teriam estimulado ainda mais a demanda por serviços de banda larga nos últimos anos.
"Sempre se falou no 'Brasil, país do futuro'. Esse tempo é agora; Juntos, o presidente Lula e a sociedade brasileira construíram esse novo Brasil, porque construíram um novo presente. O futuro é agora", declarou a ministra. "O pobre deixou de ser estorvo e passou a ser mercado consumidor. Por isso precisamos agora atender as expectativas desse novo mercado consumidor."
Características próprias
A ministra sugeriu que o PNBL não perca de vista as características próprias do Brasil, buscando soluções para as realidades do país. Assuntos estratégicos como a criação de fábricas de semicondutores no Brasil ou de conteúdos interativos, estimulando a cadeia produtiva brasileira estão em pauta. "Mas não podemos fugir da realidade do fazendeiro que precisa da Internet para vender sua produção. Do jovem que mora na cidade e quer falar com sua mãe no interior", ponderou. "O nosso processo de desenvolvimento não é mais americano ou europeu. Nosso projeto é ser brasileiro", afirmou sobre as mudanças que ocorreram no país nos últimos anos.
Apoiando o que chamou de "cesta básica de Internet", a ministra pediu que os debates privilegiem a convergência dos serviços e a qualidade da oferta ao consumidor, considerados pontos cruciais dessa etapa do projeto. O encontro com as entidades civis ocorre até quinta-feira, 26, e discutirá 196 propostas encaminhadas pelos representantes da sociedade em painéis temáticos. A intenção final não é a fixação de um "marco regulatório" do PNBL, mas sim "traçar premissas e orientações" para a execução do projeto, segundo a ministra Erenice Guerra.