Leilão de 3,5 GHz não deverá acontecer até o final do ano

Antes tratada como prioridade, a licitação de frequência de 3,5 GHz pode não estar mais no leque de urgências da Anatel. A faixa não estaria "amadurecida" no momento, na opinião da agência. De acordo com o conselheiro da agência, Marcelo Bechara, o “leilão de radiofrequência é uma janela de oportunidade, e a do 3,5 GHz já passou”, referindo-se às tentativas de vendas de licenças do espectro. O último impasse foi com os radiodifusores e operadores de banda C de satélite, que detectaram interferências entre seus serviços e as redes de banda larga em 3,5 GHz.

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“Acho que ainda tem algumas dificuldades técnicas que precisam ser avaliadas por conta da banda C, então estamos estudando ainda se é o momento”, conta Bechara. Para ele, a janela de oportunidade atual é justamente para as sobras do 2,5 GHz, pois as operadoras já estão se alinhando para obter equipamentos compatíveis com a tecnologia.

No entanto, ele não descarta uma eventual volta ao assunto. A Anatel possui um grupo trabalhando com as empresas de radiodifusão para que não haja problemas para a população que utiliza a banda C. “Não vamos prejudicar milhões de usuários que acessam o sinal de TV aberta em regiões remotas do País, muitas vezes em periferias de grandes cidades. Só vamos fazer algo quando tivermos muita certeza técnica em relação ao que licitar e quando licitar”.

O conselheiro da agência diz que está sendo reavaliada a possibilidade de licitar  as sobras do 2,5 GHz em conjunto com o 3,5 GHz, por se considerar que o WiMAX tenha perdido seu momento. Além disso, ele acha pouco provável conseguir isso até o final do ano por conta da agenda cheia da Anatel, com o Plano Geral de Metas e Competição, o Marco Civil da Internet e a própria reestruturação da agência. Outro motivo foi a situação atual com as operadoras móveis que, na opinião de Marcelo Bechara, acabou influenciando a agenda. “Ainda que tivéssemos consciência do impacto, fiquei surpreso. Não achei que teria tanto interesse da sociedade”, afirma. Ele espera ainda que isso acabe por agilizar o debate sobre a Lei Geral de Antenas. “Ou seja, trabalho não vai faltar e de tédio não morreremos”.

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