Não deve ir para a frente a oferta de crédito ou participação do BNDES aos novos controladores da Embratel. Fonte de nível ministerial disse ao TELETIME News que ?foi apenas da cabeça do Carlos Lessa? (presidente do BNDES) essa idéia, trazida a público sem qualquer consulta a José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda), Luis Fernando Furlan (Desenvolvimento) ou Eunício de Oliveira (Comunicações).
Ainda de acordo com a fonte, a proposta de Lessa ?é descabida? por três motivos básicos:
1) Por ter uma participação de 25% no capital votante da Telemar, o BNDES fica impossibilitado de oferecer recursos em troca de participação acionária na Embratel pela Lei Geral de Telecomunicações.
3) O setor de telecomunicações, que já anda com as próprias pernas, não está na lista de prioridades de investimentos do governo.
A fonte também informa que o controlador da Telmex, Carlos Slim, quando ligou para autoridades brasileiras para informar sobre a compra da Embratel, estabeleceu o compromisso de dar ao governo uma participação decisiva na Star One, braço da Embratel em operações dos satélites para transmissões de dados, inclusive para as Forças Armadas. Desde o início falou-se que essa participação seria feita mediante uma golden share, que dá ao governo o direito de veto.
Essa hipótese de utilização de uma golden share é considerada mais factível por alguns especialistas do mercado. O governo garantiria o controle no processo decisório em uma área considerada militarmente estratégica sem ter que desembolsar recursos para a reposição de satélites. Jacqueline Lison, da Fator Corretora lembra que o custo de reposição de um satélite é da ordem de US$ 200 milhões e a Star One possui quatro.