Para evitar "rouba monte", TIM aposta em cobertura e serviços diferenciados

Alberto Griselli, presidente da TIM. Foto: Divulgação

Para o presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli, o ano de 2022 foi marcado por uma estratégia diferente da operadora: uma cobertura mais acelerada do que a exigida no 5G, a ampliação da rede 4G a todo o país, a oferta de serviços adicionais e complementares para clientes de maior valor (e em alguns casos, inclusive para clientes do pré-pago).

E em 2023 a perspectiva da empresa é focar na ampliação das receitas, não na conquista de market share de participação. "o mercado vai mudar em 2023. Vai ser baseado na busca por ARPU. O nosso foco não é marketshare, é participação nas receitas totais do mercado", disse o executivo, em entrevista exclusiva ao TELETIME Live, no Youtube. Confira abaixo o programa:

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A consolidação da compra da Oi Móvel e a ampliação do 5G para novas cidades são parte da estratégia, e a TIM quer continuar acelerando a cobertura de 5G onde fizer sentido. "Vemos que em menos de um ano o 5G ganhou dinamismo e tração. Vemos também líderes empresariais de outros setores olhando e entendendo o 5G, o que é bom para o mercado B2B".

Outra estratégia da empresa é na banda larga fixa, que teve em 2022 um movimento importante com a parceria com a V.tal e a adoção de uma estratégia baseada em redes neutras. Mas isso não quer dizer que a TIM vá ser uma operadora de massa na banda larga. "Nesse momento estamos integrando os sistemas (com a V.tal), para depois pisar no acelerador, mas não vamos entrar em todas as cidades. Vamos crescer com o produto atual", diz ele, destacando que a TIM tem uma oferta premium, que privilegia qualidade de serviço.

A empresa quer também ampliar o leque de parcerias na oferta de serviços, agregando valor e, quando possível, buscando participação (equity) nas parcerias. "Levamos a relação com o cliente, a capilaridade e a análise de dados. Isso tem muito valor nas parcerias", diz ele.

Entre as preocupações da TIM em 2023 estão o cenário competitivo com as empresas OTT, e a busca de uma distribuição que a empresa considera mais justa dos ganhos com a economia digital.

"As OTTs capturaram maior valor da economia digital. A participação (das empresas de telecom) no lucro tem caído, mas o investimento pesado na rede está do nosso lado", diz ele. Segundo Griselli, "no final, quem paga a conta são os clientes finais, mas o nosso retorno é de 10% e o de empresas de Internet é 20%.  Cobramos o que é possível, mas o mercado é competitivo", diz ele. Para ele, o negócio é melhor para as empresas de Internet pelo fato de elas terem um outro tratamento fiscal e regulatório.

Para Griselli, o Brasil tem chance de ser uma referência nesse debate no mundo e está otimista com as sinalizações do novo governo sobre esse debate.

Sobre as movimentações na Itália e os rumores de uma eventual venda da operadora no Brasil, Griselli lembra o peso da empresa para o grupo: "somos 30% do EBITDA e 50% do fluxo de caixa livre", pondera.

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