No Seminário de Políticas de (Tele)Comunicações, evento organizado por TELETIME e que aconteceu nesta terça-feira, 23, as operadoras de TIM e Claro deram sinais de que a proteção de dados está na agenda organizacional e cultural de suas equipes.
Débora Araújo, DPO da Claro, afirmou que a operadora iniciou o seu plano de estruturação e adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2019 baseado em um tripé: a proteção e privacidade de dados, a segurança de dados e a operação de dados.
"No pilar privacidade e proteção de dados, fizemos um inventário sobre as nossas experiências internas nesses aspectos. E iniciamos a revisão de contratos para acomodar a proteção de dados em seu escopo. Também criamos Comitês internos para avaliação de riscos de privacidade e proteção de dados. Temos um site que mostra informações para o titular dos dados sobre os seus direitos", disse a executiva da Claro.
A DPO diz que a operadora adaptou incidentes e definiu um plano de padrões mínimos de segurança. E no pilar operação de dados, a Claro elaborou uma política de conscientização para iniciar um processo de mudança de cultura interna sobre os direitos de proteção de dados e privacidade. Aráujo pontuou que o direito do titular dos dados é um aspecto que a operadora coloca em primeiro plano.
Novas oportunidades
O DPO da TIM, Piero Formica, destacou a importância da economia digital. "Os dados são indispensáveis para o setor de telecomunicações. E nosso plano é muito parecido com o da Claro e de outras operadoras", disse o executivo. Ele falou ainda que a implementação das políticas de proteção de dados na TIM vem de uma experiência que a subsidiária italiana da operadora teve na Europa, com a implementação da GPDR (legislação de proteção de dados europeia).
Formica reconhece que o setor de telecomunicações precisa entender que, com a entrada em vigor da LGPD, abre-se uma janela de oportunidade para novos negócios. "Quando falamos de oportunidades, falamos de desenvolvimento de novos produtos com o máximo de respeito ao titular, à transparência e à ética", afirmou. Na sua avaliação, a legislação é uma grande oportunidade para também ajudar no crescimento da reputação de qualquer empresa.
A chegada do 5G, diz Formica, vai transformar completamente o uso de dados dos clientes e trazer a necessidade de mais cuidados no tratamento. "Ao mesmo tempo que temos que implantar infraestrutura em todo o País, também devemos ter segurança nos dados dos usuários", finalizou.