Capacidade do satélite da Telebras será vendida pelo maior preço

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(Atualizada às 6:00) A Telebras vai colocar no mercado 45 Gbps dos 56 Gbps da capacidade em banda Ka do satélite geoestacionário brasileiro. A venda da capacidade será pelo maior preço e sem metas de cobertura ou de valor de serviço. Ou seja, quem comprar faz o que quiser com a capacidade A proposta de modelo de negócio foi apresentada nesta quinta-feira, 23, pela estatal a empresas. O leilão deve ocorrer no dia 4 de abril.

A Telebras terá um lote próprio, com capacidade de 11 Gbps para atender aos pequenos provedores e ao governo. Já o Lote 1 terá capacidade de 21 Gbps, mas terá o compromisso de atender à capacidade de demanda da Telebras (com limite prefixado) e de instalar os equipamentos para ativação da rede (gateways e terminais v-sat), mas vai pagar por esses serviços. O excedente, a empresa vencedora do Lote 1 poderá usar de acordo com o seu modelo de negócio.

Os lotes 2 e 3 terão capacidade de 12 Gbps cada e os vencedores poderão utilizar de acordo com seus modelos de negócios, sem qualquer compromisso ou contrapartida. Uma mesma empresa poderá comprar até dois lotes. O restante da capacidade, em banda X, será inteiramente contratada pela Defesa.

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Segundo o vice-presidente da Telebras, Jarbas Valente, o satélite servirá para atender o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), mas não há exigência de oferta de preço máximo pelo serviço. Ou seja, a Telebras atuará como se fosse uma operadora de telecomunicações privada. Ele entende que o satélite servirá para aumentar a competição no setor, resultando na queda natural de preço. Ele fala em queda de até 50%. Nos últimos anos o mercado de banda larga via satélite foi inundado por uma grande oferta de capacidade por parte das operadoras privadas, com satélites de alta capacidade em banda ku e ka. A estratégia da Telebras, que até então, apostava-se, ficaria restrita a provedores de acesso e serviços governamentais, acentua ainda mais esse movimento aumento da oferta.

Valente afirmou que a estatal continuará atendendo ao governo e aos provedores regionais, mas por meio do concessionário que ficar com o lote 1. Promete manter preços competitivos, mas disse que nada impede que esses clientes comprem serviço diretamente das operadoras.

Segundo o diretor comercial da estatal, Alex Magalhães, não há como a Telebras manter os preços dos links terrestres praticados hoje com as redes de fibra, por se tratar (o satélite em banda ka) de nova tecnologia. Ele ressalta que não há possibilidade da estatal explorar sozinha a capacidade satelital do SGDC. Ele afirmou também que o modelo de negócio está voltado também para a autossustentabilidade da estatal. "A Telebras mudou", concluiu.

Valente disse que a capacidade só pode ser explorada no Brasil, mas não há obrigações sobre onde os serviços devem ser prestados. Ele acredita que uma parte poderá ser destinada aos assinantes de TV paga por satélite, mas que não tem acesso à Internet. "Esse modelo poderá ser explorado por empresas desse segmento", avalia.

O satélite será lançado no dia 21 de março, de Kourou, na Guiana Francesa, no foguete Ariane 5, da ArianeSpace. Já a proposta de edital será colocada em consulta pública até dia 10 de março. A publicação do texto final está prevista para meados de março. A sessão de chamamento público, com direito a repique sobre a maior oferta, está prevista para 4 de abril. No dia 14 do mesmo mês serão assinados os contratos.

O modelo de garantias e documentação acompanha a prática adotada pela Anatel. O leilão está limitado a empresas concessionárias, permissionárias ou autorizatárias de serviços de telecomunicações. Ou seja, empresas estrangeiras com sede e atuação no Brasil podem participar.

Custando R$ 2,1 bilhões, o SGDC foi anunciado como a solução para as necessidades de atendimento a pequenos provedores de acesso com backhaul, como uma infraestrutura para provimento de serviços de dados ao governo e até para acesso residencial aos usuários excluídos, num modelo de atendimento ao usuário final que hoje algumas empresas, como a Hughes e no futuro a Yahsat, passam a explorar no Brasil. A Telebras teve problemas na contratação dos serviços terrestres, e o mercado de fornecedores levantava sérias dúvidas sobre a capacidade da empresa de estar plenamente operacional quando o satélite fosse lançado.

Fistel

Um dos pontos ainda pouco claros do projeto da Telebras é quem pagará o Fistel sobre as estações terrestres, sobretudo no Lote 1, onde parte da capacidade deve ser destinada a projetos da Telebras. As taxas de Fistel são consideradas elevadíssimas para prestação de serviços residenciais, praticamente limitando a oferta desses serviços a nichos de mercado que não têm opção. O licenciamento de cada estação é da ordem de R$ 200 para estações fixas de pequeno porte e R$ 3,3 mil para estações terrenas móveis. (Colaborou Samuel Possebon)

3 COMENTÁRIOS

  1. Há um êrro na frase "O satélite será lançado ….. no foguete Ariane 5, da Thales Alenia Space". O Ariane 5 é da empresa Arianespace (www.arianespace.com) e a empresa Thales Alenia Space (www.thalesgroup.com) é construtora do satélite que será lançado.

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