[Do Mobile Time] A CelPlan quer exportar a solução que desenvolveu para a Anatel para identificação de uso irregular de radiofrequência. Trata-se de sondas capazes de localizar a emissão de sinal por estações desprovidas de autorização para tal. Em geral são rádios-piratas, enlaces de rádio ou até mesmo redes celulares privativas.
Os bons resultados da implementação no Brasil animam a empresa a levar a solução para o exterior. Há conversas em andamento com Portugal, Equador e países do Caribe, informa o diretor comercial da CelPlan, Tom Araújo, em conversa com Mobile Time. Seu plano de negócios prevê a venda de 200 sondas nos próximos anos – para efeito de comparação, a Anatel utiliza neste momento 42.
"O primeiro cliente é o regulador. Depois, órgãos de defesa, aeroportos e qualquer empresa que trabalhe com redes de missão crítica", elenca o executivo.
As sondas são capazes de verificar transmissões desde 20 MHz até 18 GHz. Através da triangulação das sondas, usando uma técnica chamada de TDoA (Time Difference of Arrival), que compara o tempo de chegada do sinal e a distância entre as sondas, é possível calcular de onde parte o sinal.
Os equipamentos podem ser controlados remotamente, definindo horários e faixas de frequência para serem monitoradas – a solução consegue verificar até 125 MHz de uma vez. Quando uma emissão irregular é encontrada, os dados são encaminhados para um software que compõe a solução.
O produto, batizado como Cell Wireless SM 18000, foi desenvolvido pela CelPlan especialmente para atender uma RFP da Anatel da qual acabou vitoriosa. A agência reguladora instalou as sondas perto de áreas críticas de grandes cidades, como aeroportos, onde a interferência de rádios piratas podem causar acidentes. Há equipamentos de monitoramento instalados em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Belém e Fortaleza.
Segundo Araujo, além das rádios piratas, há muita utilização sem autorização de enlaces de rádio para transmissão de dados. "Existe a suspeita de que haja mais rádio-enlaces irregulares que regulares no Brasil", comenta. Isso se deve a dois motivos, na opinião do executivo: desconhecimento sobre o processo de autorização e uma crença equivocada de que a regularização custaria caro. No caso de redes privativas, acredita-se que haja implementações irregulares principalmente na faixa de 700 MHz em fazendas no interior.