CVM isenta acionistas da Telemar de irregularidades na compra do iG e Pegasus, em 1999 e 2001

A CVM não viu irregularidades graves nos processos de venda do provedor de acesso iG e da empresa de infraestrutura Pegasus para a Telemar, ocorrida entres anos de 1999 a 2001. Na ocasião, os acionistas das empresas que foram compradas pela tele eram, em parte, os mesmos acionistas controladores da Telemar, entre eles Sérgio Andrade (do grupo Andrade Gutierrez), Carlos Jereissati (La Fonte) e Carlos Sicupira (GP). Eles, ao lado de Celso Fernandez Quintella, eram membros do Conselho de Administração da Tele Norte Leste Participações S/A. Na semana passada, o colegiado da CVM "decidiu absolver todos os acusados das imputações de não terem se declarado impedidos de participar de deliberações do conselho de administração referentes a investimentos feitos nas sociedades Internet Group Limited – IG e Pegasus Telecom S.A., não obstante tivessem suposto interesse conflitante com o da companhia (infração ao disposto no art. 156 da Lei nº 6.404/76)", informa a autarquia. A única punição foi uma advertência a Sérgio Andrade "por ter descumprido seu dever legal de diligência ao permitir, na qualidade de presidente do Conselho de Administração da TNL, que a ata da 108ª Reunião do Conselho de Administração da Tele Norte Leste Participações S.A fosse redigida sem se consignar os nomes e os motivos pelos quais conselheiros se declararam impedidos". No entanto, o empresário foi absolvido "da acusação de ter descumprido seu dever de diligência".
Na ocasião, o grupo iG tinha como sócios, além do grupo La Fonte, da Andrade Gutierrez e do GP, também o grupo Opportunity, que era acionista da Telemar mas sem voto no conselho. O negócio foi avaliado, na ocasião, em R$ 50 milhões, apesar dos prejuízos mensais do iG da ordem de R$ 8 milhões. Dois anos depois, o iG foi vendido à Brasil Telecom (controlada pelo Opportunitty, que também mantinha participação no iG), por US$ 132 milhões, e depois retornou para o controle da Telemar após a fusão com a BrT.
No caso da Pegasus, a empresa, que atuava como carrier de carrier e que também tinha como acionistas os mesmos controladores da Telemar, foi vendida para a tele em novembro de 2002 por R$ 335,8 milhões, mais uma dívida de R$ 339,1 milhões. Em janeiro de 2001, quando a Telemar adquiriu uma primeira participação de 17% da Pegasus por R$ 100 milhões, TELETIME revelou que o valor correspondia a 1.400% do valor dos investimentos feitos pelos acionistas da empresa apenas três meses antes.

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