Presença de 3G ainda é fraca na América Latina

A América Latina como um todo ainda é pouco representativa no mapa mundial da terceira geração, com pouco mais 4 milhões de acessos, o que representa uma penetração de apenas 0,9% no total de assinantes de telefonia móvel na região, muito abaixo das outras regiões do mundo. Só os EUA, por exemplo, já tem uma penetração de 8%, com 21,96 milhões de acessos, o que é quase seis vezes maior que o número de assinantes da AL. A região onde o serviço tem maior penetração na base é a Europa Ocidental com 30,32% de penetração sobre uma base de 153,131 milhões de acessos 3G. A região da Ásia-Pacífico tem o número semelhante de acessos 3G que a Europa Ocidental (129,18 milhões), mas a penetração na base é bastante inferior, 7,64%. A região da Europa Oriental tem 18,26 milhões de assinantes 3G, o que representa uma penetração na base de 4,13%. Os dados foram compilados pela Wireless Inteligence e pela GSM Américas.
A razão para que a América Latina esteja tão atrás das demais regiões basicamente é porque os órgãos de defesa da concorrência ainda não permitem aumentos de banda de radiofreqüência para as operadoras temendo um suposto monopólio, segundo manifestação da GSM Association desta semana. Ricardo Tavares, vice-presidente da associação, reitera que no passado o aumento de espectro para as empresas poderia significar uma ameaça à competição, mas hoje todos os países já contam com pelo menos três competidoras. "Hoje há competição na região. As agências de defesa econômica estão trabalhando com um paradigma da década de 90", diz ele.
Na Colômbia, cada operadora tem direito a um máximo de 40MHz; na Argentina, 50MHz; no Chile, 60MHz; no México, 65MHz; e no Brasil, 80MHz. Os Estados Unidos e a Europa Ocidental, ao contrário, não adotam limitações de espectro, o que se reflete no alto número de assinantes. Nos Estados Unidos, a AT&T Mobility usa uma média anual de 96MHz; a Verizon Wireless, 90MHz e a T-Mobile USA, 75MHz. Na Europa, a média é de 92,6 MHz por operadora. A maioria dos países da América do Norte e Europa possui mais de 300MHz de espectro disponível para exploração comercial por operadoras de telefonia móvel, de acordo com a GSMA, que tem divulgado estas informações justamente com o intuito de alertar as autoridades para o problema. Não por acaso, este mês a Anatel deve decidir a destinação das faixas de 2,5 GHz, ocupadas no Brasil por empresas de MMDS.

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Brasil, líder na região
O Brasil é o país da América Latina que conquistou o maior número de assinantes 3G até o momento: 1,47 milhão. No entanto, com relação à penetração do serviço na base, o Brasil tem apenas 1% – penetração que supera apenas a do México (0,83%) com 655,78 mil assinantes. O Chile é o país que apresenta a maior penetração, 2,58% – o que se explica pelo fato de que o serviço está disponível aos chilenos desde dezembro de 2006. O Chile foi o primeiro país da América Latina a disponibilizar serviços de terceira geração. Interessante notar que, a despeito de todo o sucesso da banda larga móvel no Brasil, a Colômbia tem penetração do serviço um pouco superior a nossa (1,09%), mas, no entanto, teve o serviço lançado dois meses depois, em janeiro de 2008. A Colômbia tem 434,50 mil assinantes de terceira geração. A Argentina, que contabiliza 747,17 mil assinantes, também apresenta penetração maior que a brasileira, 1,71%. No entanto, o serviço foi lançado quatro meses antes, em junho de 2007. A lanterninha mexicana no quesito penetração se explica porque o País foi o último da região a ter redes 3G – o que aconteceu em fevereiro de 2008. Os demais países da região ainda não têm redes 3G.

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