A Sitehop, startup inglesa de cibersegurança para redes de comunicações, anunciou o desembarque oficial no Brasil para iniciar a sua trajetória de expansão global.
Para tirar os planos do papel, a empresa levantou 5 milhões de libras (em torno de R$ 31,1 milhões) em um seed round liderado pelos fundos Manta Ray Ventures e Amadeus Capital Partners, com a participação de investidores anjo.
A oportunidade para inovar no campo da segurança cibernética surgiu ao observar um aspecto cada vez mais importante para a indústria, segundo a CEO a co-fundadora da Sitehop, Melissa Chambers. Segundo a executiva, para ofertar o processamento de dados em redes de nuvem e telecomunicações para data centers, as empresas acabavam deixando a questão da segurança em segundo plano.
"Existem alguns pilares no 5G e um deles é a baixa latência. Antes, os fornecedores ignoravam a segurança para atender a latência. No entanto, com o crescimento de cibercrimes e ransomware, isso não é mais possível", afirma Melissa Chambers, CEO da Sitehop, em entrevista exclusiva ao TELETIME.
Com o objetivo de equilibrar as necessidades entre a latência reduzida e conexões de qualidade a um custo baixo, a Sitehop lançou a série Safe. Basicamente, são hardwares compatíveis com o IPsec, um conjunto de protocolos de comunicação para criar conexões seguras em redes.
Esses dispositivos permitem que as empresas clientes possam plugar às suas redes para gerenciar a criptografia, podendo ser usados por operadoras de telecom, redes de dados e sistemas de nuvem. Como resultado, oferecem redução contra eventuais ataques e um consumo reduzido de energia, endereçando outro gargalo da indústria.
"Como evitamos o problema da latência? Esse foi o primeiro aspecto que nos levou ao mercado. Desde o início, projetamos nosso produto a partir da cibersegurança e baixo consumo de energia. A solução está 100% em um chip, o que nos permitiu ter uma das menores latências do mundo", diz Chambers. Na mira da startup, estão companhias nos segmentos de telecomunicações, financeiro e saúde.
Com o Brasil posicionado entre os cinco maiores mercados de telecomunicações do mundo, a opção pelo País foi um caminho natural, conta Krister Almström, diretor de desenvolvimento de negócios Latam da Sitehop. "Devemos centralizar no Brasil as operações para a América Latina."
Entre os planos em solo brasileiro, estão as contratações de engenheiros nos próximos meses e, no futuro, a construção de uma fábrica que poderá servir para o envio de equipamentos a outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Por hora, os produtos serão fabricados no Reino Unido e enviados ao Brasil, o que não faz sentido a longo prazo, por conta das despesas com logística, acrescentam os executivos. Por hora, porém, a Sitehop busca parceiros para a produção local.
Os recursos captados agora também ajudarão na expansão para os Estados Unidos, a Índia e o norte europeu. Nos próximos meses, a empresa também não descarta recorrer a investidores novos para aumentar o leque de soluções em outras vertentes de sistemas de comunicações.
A captação anunciada é a segunda realizada pela Sitehop. Em fevereiro de 2023, a startup já havia levantado 1 milhão de libras (em torno de R$ 6,23 milhões) junto ao NPIF-Mercia Investment, fundo de venture capital do Reino Unido.
A equipe
A Sitehop começou a ser gestada por Chambers, uma executiva com mais de 25 anos de experiência nos segmentos de tecnologia, startups e telecom, durante a pandemia. Norte-americana residente na Inglaterra, ela foi cofundadora e engenheira na Prism Microwave, fabricante de equipamentos de comunicações para rádio e televisão depois vendida para a Tongyu Communication.
Nas discussões para criar a empresa de tecnologia, a executiva resolveu contatar Ben Harper, colega de trabalho dos tempos de Curvalux, empresa que atua com banda larga no Reino Unido. Os fundadores, então, se uniram a Krister Almström, outro ex-Curvalux com mais de 30 anos de bagagem na liderança de negócios internacionais nas áreas de TI, segurança da informação e telecom, sendo 25 destes anos baseado no Brasil.