Anatel homologa equipamento nacional de bloqueio de sinal de 5G em presídios

Foto: ArtisticOperations/Pixabay

A Anatel homologou um equipamento brasileiro que bloqueia sinais de celulares, inclusive de quinta geração, em presídios. A Plataforma Brasileira 5G de Bloqueio de Sinais de Radiocomunicações, desenvolvido pela Neger Telecom, teve seu certificado de homologação emitido no início desta semana pela agência reguladora.

A empresa diz que o sistema que bloqueia sinais de celulares em presídios e áreas de segurança foi submetido a diversos testes nos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Com esta inovação, a empresa se antecipa à necessidade de atualização de sistemas de bloqueio que ocorrerá quando a quinta geração de comunicação móvel, o 5G, passar a operar comercialmente no Brasil", diz a empresa.

Os sistemas de bloqueio de sinais celulares são regulamentados pela Anatel e sua aplicação é restrita a presídios, cadeias e áreas de segurança. Segundo dados da Neger, cerca de 40 presídios no País – a maioria de segurança máxima – contam com este tipo de sistema para bloqueio das faixas de frequência já existentes (2G, 3G e 4G). "Com a entrada do 5G, a faixa disponível para redes móveis será cinco vezes maior, e representará 80% de todo o espectro de frequências. Isso exigirá um sistema de bloqueio extremamente robusto e acurado", destaca Eduardo Neger, diretor de engenharia da empresa.

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Desafio

Segundo Neger, o maior desafio foi desenvolver um sistema que bloqueasse o sinal nas novas faixas de frequência (3,5 GHz e 26 GHz) e tecnologias trazidas pelo 5G, mantendo sua atuação restrita aos limites da unidade prisional, ou seja, confinando com extrema precisão o perímetro de bloqueio, sem afetar a rede das operadoras celulares nas áreas externas ao presídio.

"Nosso sistema não abre brecha para a entrada do sinal mesmo considerando as diversas bandas e as tecnologias avançadas que serão usadas no 5G, como a massive MIMO, que prevê o uso de várias antenas em uma mesma célula de transmissão; e o beamforming, um sistema de sinalização de tráfego que permite a troca simultânea de informações por vários usuários", afirma o engenheiro.

O desenvolvimento da plataforma, que está em sua décima sétima versão, teve início em 2001 e contou com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia através de financiamentos da FINEP e CNPq em suas primeiras versões. A nova geração do sistema, que conta até com sistemas para bloqueio de drones criminosos, foi totalmente financiada com recursos próprios da empresa e já foi até exportada para países da região.

"Nosso processo de P&D é contínuo e planejado com bastante antecedência. Certificaremos já nas próximas semanas novos módulos e sistemas irradiantes específicos para confinamento de sinais considerando as características construtivas dos presídios urbanos brasileiros", explica Marco Maraccini, gerente de Planejamento e Projetos da empresa.

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