O discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, da semana passada, em que ele anuncia mudanças na forma de atuação da agência nacional de segurança (NSA) norte-americana, já foi devidamente analisado pelo Palácio do Planalto. É o que informa nota do porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.
Não é por menos. Conforme as denúncias do ex-técnico da NSA, Edward Snowden, o Brasil foi um dos principais alvos de espionagem norte-americana, sendo que os e-mails e telefonemas da própria presidente Dilma Rousseff teriam sido bisbilhotados por Obama, além das comunicações da Petrobras.
Até aqui, os EUA procuraram mostrar que o monitoramento tinha o caráter de combater o terrorismo, mas a justificativa não foi bem recebida pelo governo brasileiro, já que o Brasil é considerado uma nação amiga dos EUA e o acesso aos dados da Petrobras prova que o monitoramento tinha razões comerciais.
No discurso da última sexta-feira, 17, Obama mantém a justificativa de que é preciso combater o terrorismo, mas anuncia que serão realizadas mudanças na forma de atuação da NSA. O Palácio do Planalto, contudo, espera os desdobramentos "práticos do discurso". "É um primeiro passo. O governo brasileiro irá acompanhar com extrema atenção os desdobramentos práticos do discurso", disse Traumann.