Internexa investe em rede de fibras aéreas ligando RJ a SP

A Internexa pretende lançar uma rede de fibra aérea em cabos OPGW em São Paulo, cercando as cidades de Campinas, São José dos Campos, Santos e todo o ABC e conectando-as com a rede da companhia herdada da antiga NQT (adquirida em 2013) no Rio de Janeiro. O projeto Cercanias tem como objetivo, além de prover capacidade para operadoras, poder até oferecer as fibras para troca (swap). A iniciativa é parte de um investimento total de R$ 120 milhões no Brasil e é realizada em parceria com a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), distribuidora que, assim como a Internexa, pertence ao Grupo colombiano ISA.

Segundo revelou a este noticiário o presidente da Internexa no Brasil, Paulo Rodolfo Mello, esse novo backbone com fibra aérea "interessa a todas as operadoras", já que ele classifica a infraestrutura como uma oportunidade robusta de redundância para as teles. "Há interesse em OPGW no (trecho) Rio/São Paulo/Santos, todas as operadoras tem essa rota e backup, mas isso deve mobilizar o mercado pela confiabilidade", declara, referindo-se à infraestrutura implantada juntamente com os para-raios em cabos OPGW e, por isso, imune a campos eletromagnéticos nas linhas de transmissão. Segundo o executivo, a empresa já identificou "muitos prospectos" de potenciais contratos para a rede. "Podemos trocar recursos, como fazer swap de fibra, mas hoje não temos planos."

Para aproveitar os postes e os cabos, companhia já chegou a fechar contrato com o grupo Ampla no Rio de Janeiro, mas na rota até São Paulo será preciso fechar contrato com outras distribuidoras elétricas para que a rede chegue até Taubaté (SP), cidade onde a CTEEP conta com cobertura de rede própria. "Começamos em julho a instalação em São José dos Campos e Campinas, a rede já está sendo construída de fato, e em 2017 chega a Santos", afirma Mello.

Notícias relacionadas

O executivo explica que, mesmo fazendo parte do mesmo grupo, a Internexa precisou participar de licitação da CTEEP para fechar o contrato do projeto, e o uso dos postes da distribuidora segue as regras – e o preço – do mercado. "Tem custo e é razoável, porque é a rede mais cara do que a ferroviária e rodoviária", diz.

Ainda assim, a Internexa vislumbra oportunidades pela parceria com a distribuidora. "Temos a possibilidade com a CTEEP de chegar a regiões diferentes do RJ e do Sul, dá para crescer mais", declara Paulo Rodolfo Mello. A companhia também estuda oferecer a rede para provedores locais e também colocar um ponto de presença em Fortaleza, aproveitando a infraestrutura ótica na região que será instalada para a utilização do cabo submarino BRUSA, da Telefónica, por meio da subsidiária Telxius. A Internexa contratou capacidade no sistema de 11 mil km que ligará a capital cearense aos Estados Unidos (Virginia Beach, passando antes por San Juan, em Porto Rico).

Outros planos da provedora de tráfego para os próximos anos incluem "consolidar cabos submarinos, co-location (para data center) e (continuar no projeto) a rede Cercanias". A empresa trabalha ainda com segurança de rede IP. "A gente desvia o fluxo de informação, limpa e devolve para a provedora de acesso", explica. A Internexa planeja ainda investir em parcerias com redes de distribuição de conteúdo (CDN). Completando cinco anos de atuação no Brasil, a companhia conta atualmente com cerca de 300 clientes e, ainda de acordo com Mello, o crescimento da empresa continua em dois dígitos mesmo com o cenário de crise macroeconômica no primeiro trimestre do ano.

2 COMENTÁRIOS

Deixe um comentário para Edson Renato de Souza Cancelar resposta

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!