O presidente da Abert, Daniel Slaviero, não acredita que a radiodifusão tenha perdido importância nos debates recentes sobre as políticas de comunicação estabelecidas pelo governo. Segundo ele, o que perdeu relevância foi o debate sobre o um marco regulatório para o setor que, para ele, tornou-se obsoleto.
A afirmação foi uma resposta a uma provocação levantada pelo professor Murilo Ramos, do Centro de Estudos de Políticas de Comunicações da UnB, que analisou a mudança de foco do Ministério das Comunicações desde o governo Lula, quando a radiodifusão estava entre as principais preocupações do governo, até hoje. Naquela ocasião, foi produzido inclusive um anteprojeto de lei para regular o setor de comunicação social, mas de lá para cá o assunto acabou sendo suplantado por outros temas, e perdendo espaço sobretudo para a questão da Internet.
“O que perdeu relevância foi a discussão do marco regulatório porque ele ficou obsoleto. Falar em propriedade cruzada, rádios AM, quando as teles fazem triple play, quadruple play, se tornou obsoleto, arcaico”, afirma Slaviero.
Além disso, a demanda dos movimentos sociais por plularidade dos meios de comunicação na sua visão também foi atendida com a entrada da radiodifusão pública e das rádios e TVs comunitárias. No novo mercado que surge com as aplicações over-the-top, aponta Slaviero, quem perde espaço não é a radiodifusão, mas sim a TV paga. “O desafio prioritário não é para a radiodifusão, mas sim para o segmento de TV por assinatura, porque as pessoas estão cancelando os seus pacotes para ficar com a TV aberta e os serviços de VOD”, afirma ele.
"Para nós o balanço do governo até aqui foi muito positivo, sobretudo na liberdade de imprensa. O ministro Paulo Bernardo teve uma gestão eficiente, descentralizando. Isso foi bom. E na questão da condição dos 700 MHz, até o presente momento, todos os compromissos com a radiodifusão foram honrados. Não tempos o que desconfiar", disse Slaviero.