Sky faz primeiras aquisições de ativos de fibra, no Ceará e em Minas Gerais

Sergio Ribeiro

A Sky fechou as duas primeiras aquisições da empresa no mercado de banda larga por fibra óptica. Em negócios divulgados nesta segunda-feira, 13, a operadora adquiriu a base de clientes e ativos dos provedores Netsulminas (que atua em quatro cidades de Minas Gerais) e Level Link, que opera em Fortaleza e Caucaia (CE).

Na prática, essa é a estreia da Sky com infraestrutura própria de casas passadas (HPs) com fibra. "A entrada no mercado de fibra faz parte do processo de transformação da Sky para se tornar um provedor relevante de banda larga", explicou ao TELETIME o vice-presidente comercial e de operações da Sky, Sergio Ribeiro.

No modelo utilizado nas aquisições, as duas empresas passam a ser parceiras comerciais da Sky, atuando como credenciadas da operadora após a venda dos clientes e ativos de rede. "São duas aquisições que fizemos para começar a operar neste modelo", indicou Ribeiro – apontando complementaridade da estratégia com a abordagem atual na banda larga, a partir de redes neutras.

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"No modelo de rede neutra, fazemos venda e [a conexão] casa-cliente. Já nessas regiões a gente vai operar tudo, como parte de um processo de aprendizado", afirma o vice-presidente da Sky. Novas aquisições no mesmo modelo estão sendo observadas, e há avaliação de que existem boas oportunidades no mercado, segundo Ribeiro.

A Sky não abre valores nem bases de clientes dos negócios com a Netsulminas e da Level Link. Nos sistemas da Anatel, é possível conferir que a primeira tinha em março 4,1 mil acessos em Baependi, Caxambu, Cruzília e Minduri, no sul de Minas Gerais. Mas segundo a IT Investimentos, que foi assessor financeiro da Netsulminas, a empresa já atende cerca de 10 mil clientes FTTH.

Já a operadora cearense não foi localizada na plataforma da Anatel; a Sky aponta presença em Fortaleza e Caucaia (a segunda maior cidade da região metropolitana da capital do estado).

As aquisições também tem importância do ponto de vista de recursos humanos. "Pelo modelo que construímos de manter provedores como parceiros, a gente está incorporando empresários com expertise no processo de fibra. A rede credenciada da Sky se adaptou muito bem ao novo modelo de negócio [de fibra], mas sem dúvida nenhuma trazer provedores como parceiros de negócios traz expertise nova", afirma Ribeiro.

Redes neutras

Hoje, no modelo ao lado de redes neutras, quem majoritariamente vende e realiza ativações do Sky Fibra é a rede credenciada da empresa, com trajetória na TV por assinatura via satélite (DTH). "Temos 220 microrregiões e, em cada uma delas, temos um parceiro de negócios responsável pela operação casa-cliente e vendas", lembrou Ribeiro.

Neste sentido, o comando da operadora destaca que a parceria com as empresas de infraestrutura neutra seguem sendo fundamentais. Em abril, a Sky atingiu 215 cidades a partir do modelo, onde tem parcerias com os quatro principais players do segmento: V.tal, FiBrasil, I-Systems e American Tower. Até o final do ano, há expectativa de alcançar 380 cidades, correspondendo a 60% do PIB.

Em março, a Sky somava 58 mil clientes de banda larga fixa, sendo 24 mil deles adicionados no primeiro trimestre de 2024. A aposta na vertical faz parte da estratégia da operadora em se tornar uma empresa de conectividade e conteúdo, com ênfase cada vez maior no streaming.

A própria volta no ano passado de Sergio Ribeiro – executivo com trajetória de mais de duas décadas na Sky – faz parte da abordagem, após passagem do profissional pela Alloha Fibra.

O VP comercial e de operações, contudo, também lembra que o negócio de DTH segue relevante. "Na TV por satélite somos a maior do mercado, presentes em 100% dos municípios brasileiros como agregadora de conteúdo. Óbvio que o DTH tem foco em áreas rurais, mas pela dimensão que o Brasil tem, a TV por satélite é necessária. O País tem regiões e hábitos de consumo bem diferentes".

PPP

Vale lembrar que em abril, em uma decisão paradigmática, a Anatel reclassificou cautelarmente a Sky como uma prestadora de pequeno porte (PPP) na TV por assinatura.

A medida se deu porque a agência passou a considerar não apenas a modalidade tradicional da TV paga (o SeAC) no cômputo de market share, mas também plataformas de streaming. Com isso, a empresa passa a contar com os benefícios das assimetrias regulatórias asseguradas às PPPs, e que foram fundamentais na consolidação de novas empresas no mercado de banda larga.

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