BrOi não consegue recursos, mas para analistas processo terá continuidade

A crise financeira mundial não deverá inviabilizar a captação de recursos da Oi para a aquisição da Brasil Telecom, de acordo com analistas financeiros ouvidos por este noticiário. É claro que o custo de capital para a captação no mercado de novos recursos deverá ser um pouco mais alto, mas nada que possa, na opinião deles, prejudicar o processo, até porque boa parte dos recursos já foi obtida. A formação da nova companhia ainda depende da alteração do Plano Geral de Outorgas (PGO), que atualmente proíbe que uma mesma empresa detenha a concessão em duas áreas diferentes. Até meados de agosto a Oi havia concluído a captação de R$ 7,9 bilhões, de um total de R$ 11 bilhões que pretendia obter para a compra da BrT – operação que, ao todo, custará R$ 13 bilhões. Na semana passada, a Oi informou ter cancelado emissão de eurobonds (títulos de dívida emitidos no exterior) no valor de US$ 1,5 bilhão, o que despertou a possibilidade de a crise financeira inviabilizar a captação do restante dos recursos para a compra da BrT.
Para a analista Luciana Leocádio, da corretora Ativa, a crise econômica mundial não deve afetar de maneira significativa a operação de compra da BrT pela Oi. Segundo ela, a Oi estava pouco endividada ao fim do segundo trimestre, com uma dívida líquida próxima a uma vez o Ebitda nos últimos 12 meses. "Com caixa de sobra, a empresa tem bastante espaço para se alavancar. Uma dívida líquida equivalente a até duas vezes o Ebitda ainda é uma situação relativamente tranqüila", afirmou a analista. Ela acha que a crise mundial talvez afete um pouco o custo do capital para a operação, mas não muito, porque a maior parte do dinheiro já foi captada. Falta cerca de R$ 3 bilhões, mas a Oi não precisa captar esse montante no curto prazo, porque é para pagar o tag along, que ainda vai demorar, explicou Luciana.
A companhia já tem recursos suficientes para custear o pagamento pelo controle da BrT – o que é estimado em R$ 6 bilhões. O restante do desembolso só vai ocorrer cerca de seis meses depois disso, na avaliação de um analista que preferiu não ser identificado. Ele ainda lembra que a companhia tem uma geração de caixa muito alta, o que lhe permite em uma situação de "stress total" usar recursos do próprio caixa para realizar as ofertas aos minoritários.

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Do dinheiro levantado até o momento, R$ 4,3 bilhões vieram da emissão de Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) do Banco do Brasil e R$ 3,6 bilhões, de notas promissórias emitidas pelos bancos Itaú BBA, Santander, Bradesco BBI e ABN Amro Real.

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