Geração de caixa da Oi melhora em outubro, mas segue negativa

Fachada da Oi no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

O demonstrativo mensal da Oi em outubro realizado pelo administrador judicial da empresa (o escritório Arnoldo Wald) apontou mais um mês de redução da geração de caixa negativa. No décimo mês de 2020, a operadora ampliou em 13% o volume de recebimentos, mas os pagamentos no período também cresceram.

De modo geral, a geração de caixa operacional líquida somou R$ 30 milhões em outubro, ante R$ 101 milhões no mês anterior (setembro). Já o total faturado pela Oi subiu R$ 268 milhões, para R$ 2,388 bilhões.

Tal valor foi superado pela soma de pagamentos e investimentos da empresa, que formou R$ 2,417 bilhões. Do montante, R$ 1,944 bilhão foram gastos com pagamentos (alta de R$ 316 milhões), enquanto os investimentos diminuíram em R$ 119 milhões, para R$ 473 milhões aportados.

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Operações

Demais movimentações das recuperandas representaram uma saída de caixa de outros R$ 90 milhões no mês de outubro. Na rubrica constam R$ 180 milhões gastos em operações intra-grupo (após o adiantamento do aumento de capital de uma empresa da Oi fora do escopo da recuperação judicial) e a entrada de R$ 90 milhões referente à venda da participação na PT Participações, pela qual a operadora detinha participação na Unitel, na Angola.

Assim, somada com a geração de caixa negativa de R$ 30 milhões, a variação do saldo final do caixa financeiro ficou em menos R$ 120 milhões ao fim do décimo mês. Isso resultou em um saldo final de R$ 4,988 bilhões, que corresponde a uma redução de 2,3% no caixa financeiro em relação ao mês de setembro.

Recebimentos

A alta registrada nos recebimentos da Oi foi impulsionada sobretudo pelas verticais de clientes e de serviços de uso de rede. A primeira registrou aumento de R$ 51 milhões, para R$ 1,476 bilhão; já os serviços subiram R$ 90 milhões, para R$ 202 milhões.

A administração, contudo, informou que a variação positiva observada está relacionada à maior quantidade de dias úteis de outubro (22 dias) em comparação com setembro (21).

Pagamentos

No caso dos pagamentos, houve alta sobretudo com fornecedores de materiais e serviços (salto de R$ 263 milhões, para R$ 1,475 bilhão), que representam 71% da rúbrica; e com pessoal (de R$ 57 milhões, para R$ 177 milhões).

Segundo o relatório, entre os funcionários a alta foi motivada pelo pagamento de abono executivo após o atingimento de metas no exercício de 2019. Já parte da alta com fornecedores foi causada por pagamentos entre as empresas do grupo (intercompany), o que na prática foi compensado em outras rubricas do balanço. O custo com aluguel e manutenção de plantas foi outro vetor que cresceu.

O pagamento de tributos também aumentou (R$ 19 milhões), atingindo o patamar de R$ 356 milhões. A razão para a alta foi a menor compensação de créditos fiscais.

Investimentos

A queda de 20% nos investimentos ante setembro refletiu nas três recuperandas. Na Oi Móvel (que teve ativos vendidos para Claro, TIM e Vivo nesta semana), eles caíram R$ 47 milhões, para R$ 285 milhões.

Na Telemar, houve baixa de R$ 39 milhões, para R$ 147 milhões. E na Oi S.A, queda de R$ 33 milhões, para R$ 42 milhões. Ainda assim, a administração da Oi destacou que a redução na comparação comparada com o mês anterior estava prevista no plano estratégico de aceleração dos investimentos.

1 COMENTÁRIO

  1. A parte mais lucrativa foi vendida, agora é de se esperar possível falência, venda total ou até uma devolução ao governo !! A planta fixa é cara demais para manter, resta agora a parte de comunicação de dados que sempre foi muito lucrativa más insuficiente para segurar os altos custos da empresa em si…à conferir !

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