Retomada para seu quarto dia de trabalhos nesta quarta-feira, 17, a Assembleia Geral de Credores (AGC) da Oi teve nova suspensão aprovada – desta vez para esta próxima quinta-feira, 18.

O adiamento teve aprovação de detentores de 58,51% dos créditos em negociação no processo. Junto com a suspensão, os credores também estenderam por mais um dia o stay period que blinda a Oi de execuções e ações por dívidas.

O pedido de prazo adicional para a finalização das negociações e da versão definitiva do plano de recuperação judicial da Oi foi solicitado por credores financeiros internacionais que compõem o Ad Hoc Group. Representando o grupo, o advogado Giuliano Colombo argumentou que mais tempo seria necessário dada a complexidade das tratativas.

"Desde última assembleia a companhia, os credores que representamos, as torreiras e grupos diversos têm dedicado um tempo colossal para finalização da negociação e mais precisamente dos documentos, pois estamos falando de mais de 3 mil páginas incluindo o plano. A perspectiva é que estamos muito perto de ter plano finalizado com todas as variáveis, mas ainda precisamos de algumas horas de trabalho para chegar lá", afirmou Colombo.

Entre os aspectos cujo debate ainda precisaria ser finalizado estão anexos que tratam das condições do dinheiro novo que cada grupo vai conferir à companhia, diretrizes dos instrumentos de dívida para o reperfilamento de créditos e uma porção de outros aspectos sobre governança e alienação de ativos", indicou o representante dos credores internacionais.

Liquidez e prazos

Na figura de seu diretor jurídico Thalles Paixão, a Oi manifestou concordância com o pedido por novo adiamento, dada a solicitação feita por mais da metade dos credores. Mas a empresa fez um alerta sobre sua necessidade de novos recursos.

"Temos necessidade muito urgente de liquidez que já foi posto de forma muito contundente nos autos e o cronograma fica mais desafiador", apontou Paixão, nesta quarta-feira.

Membro da administração judicial da recuperação da tele, Arnoldo Wald Filho também chamou atenção para o prolongamento dos debates e desejou que essa suspensão – a quarta da AGC, iniciada em 5 de março – seja a derradeira.

"Há um excesso de pedidos de adiamento. Não obstante [os solicitantes da nova suspensão] sejam os maiores credores, os outros também têm relevância", afirmou Wald. A própria 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que supervisiona a recuperação da Oi, já havia dado um ultimato para companhia e credores concluírem as negociações.