Big data é o maior desafio para M2M

Aos poucos, as tendências de computação tradicional e móvel estão convergindo, como ficou evidente durante a conferência Be Mobile, da BlackBerry, que acontece nesta quarta-feira, 17, em Miami, Estados Unidos. Grande parte dos palestrantes tocou no ponto da necessidade de lidar com big data, isto é, o grande volume de dados não-estruturados que é gerado pela quantidade cada vez maior de conexões. E a explosão de informação pode ser uma oportunidade para modelos de negócios, mas é o maior desafio da comunicação entre máquinas (M2M).

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"Big data são dados em alta resolução, e com resolução granular de informações que não tínhamos visto antes", tenta explicar o pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Andrew Lippman. Ou seja: são dados que, juntos, formam uma espécie de mosaico, que começam a fazer sentido se propriamente analisados.

"Essa explosão de complexidade e interconectividade de informação está reestruturando nosso mundo", explica o escritor e futurologista Alan Moore. A visão dele é de que a Internet das coisas, como é chamada a comunicação M2M, deverá contribuir para uma sociedade mais conectada, permitindo, inclusive, gerenciar recursos escassos. Oportunidades não faltam. Segundo a pesquisa Cisco VNI, 99,8% das "coisas" no mundo ainda não são conectadas, o que representa muito espaço para atuação.

Conjunto de mercados

Por isso mesmo, a diretora de alianças estratégicas da QNX Software Systems (uma companhia da própria BlackBerry), Linda Campbell, diz que serão mais máquinas do que pessoas conectadas em um futuro próximo: em 2015 serão 25 bilhões de dispositivos conectados à rede, e em 2020 serão 50 bilhões. Isso é retrato de um panorama heterogêneo. "M2M não é um mercado único, é uma coleção de vários mercados existentes. A diferença é que adiciona a complexidade de uma série de mercados fragmentados", explica, citando verticais como a indústria automotiva e as utilities como exemplos dessas fragmentações.

Entretanto, Linda Campbell garante que essa explosão de informações provocadas pela comunicação M2M não irá afetar a rede. "A maioria das máquinas não consome a quantidade de dados de um aparelho como smartphone ou tablet", diz. Entre as utilizações, ela cita a divisão OnStar, da fabricante norte-americana General Motors, que desenvolve uma plataforma de conectividade para carros, que utiliza sensores para informar números de emergência em casos de acidentes. Mas ela alerta para o problema de as plataforma para carros conectados nunca poderem ser abertas a desenvolvedores por questões de segurança. "Módulos M2M são historicamente devices fechados, construídos com propósito e standalone", diz.

Mesmo separando o M2M como um conjunto de mercados, ela prevê que o setor precisa ainda acompanhar o histórico de inovação que a indústria de mobilidade tem conseguido com smartphones, que são aparelhos multipropósitos, conectados e abertos. "Nossa posição é unir o melhor dos mundos", diz ela. A QNX pretende utilizar o expertise de rede e de relacionamento com operadoras da BlackBerry para levar o ecossistema de TI para o setor de comunicação entre máquinas.

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