Brisanet prepara aceleração comercial com 5G e banda larga sem fio

Fachada de loja da Brisanet. Foto: Divulgação

Após finalizar o mês de abril com 78 mil clientes ativos em rede móvel, a Brisanet está preparando uma ofensiva comercial baseada em novos serviços 5G e de banda larga sem fio (FWA) a partir da tecnologia.

O planejamento, que de certa forma já sido parcialmente  antecipado na solenidade com o BNDES e com o Ministério das Comunicações esta semana, foi detalhado pelo CEO da operadora, Roberto Nogueira, em conferência sobre resultados do primeiro trimestre realizada nesta quinta-feira, 16. O faturamento do grupo cresceu 14% em um ano, mas ainda sem contribuição do segmento móvel. Segundo Nogueira, a vertical deve começar a gerar receitas a partir de junho.

Para tal, está prevista uma aceleração comercial. "Vamos entrar em vários canais em junho para vender não só chip móvel, mas FWA", apontou o fundador da Brisanet.

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No momento, a Brisanet reporta cobertura em área com 6 milhões de habitantes, mas com atividade comercial em um perímetro menor. A venda ainda está concentrada no modelo de vendas diretas porta a porta, mas deve passar a integrar canais digitais e parceiros.

A operadora reiterou a meta de estender a cobertura móvel para a população de 14 milhões de habitantes, incluindo pelo menos duas capitais nordestinas neste ano. Nas cidades, a empresa gostaria de replicar modelo promovido em Fortaleza, onde uma cobertura própria de cerca de 370 torres foi construída. Em parte delas (95) dentro de comunidades na região metropolitana da capital, houve financiamento com recursos do Fust.

"Estamos prontos para buscar mais recursos nessa linha", apontou o presidente da Brisanet, vendo sintonia entre premissas de inclusão digital do fundo setorial e as necessidade de conectividade no Nordeste. De acordo com Nogueira, por ter 60% do mercado móvel pré-pago e 40% de lares que só usam Internet através da modalidade, boa parte da população nordestina estaria distante de usufruir de conectividade significativa.

A aposta da Brisanet no FWA baseado em redes 5G passa por essa leitura. Nogueira afirmou que a empresa já conta com equipamentos de casa do cliente (CPEs) mais baratos para viabilizar a operação, e que entregam até 150 Mbps de velocidade. O serviço será oferecido para clientes de operadoras rivais mesmo em locais onde a Brisanet tem cobertura de fibra.

"Um combo de FWA e chip vai ser ofertado para o cliente que está no concorrente", apontou Nogueira, vislumbrando ser possível capturar toda a receita de telecom destes consumidores. Além do usuário final, a oferta de FWA para clientes corporativos (B2B) também a partir de junho está prevista, de forma concomitante.

Na telefonia móvel, a Brisanet tem atuado até o momento com condições especiais para atração de assinantes – como preço a R$ 4,90 nos três primeiros meses de ingresso. Nogueira afirma que a estratégia será mantida por enquanto, como gancho de vendas. Apenas em abril a operadora cearense adicionou 28 mil clientes, sendo que 80% da base móvel não é cliente da banda larga.

Fibra óptica

O principal negócio da Brisanet foi destacado pela diretoria da empresa por conta do ritmo de adições orgânicas. Segundo Nogueira, a empresa estaria crescendo mais do que todos os concorrentes da região, sem embarcar em guerra de preços.

Até o momento, a Brisanet tem registrado uma média de 10 mil novos clientes de banda larga ao mês, sendo 32 mil no primeiro trimestre e 9 mil em abril. A receita média por usuário (ARPU) ficou estável na casa dos R$ 95 até março, contribuindo para a alta do faturamento.

O presidente da operadora voltou a criticar a abordagem comercial de concorrentes; segundo o executivo, mesmo operadoras grandes têm oferecido pacotes de banda larga a preços que podem chegar a R$ 29 (Nogueira citou como exemplo a cidade de Sobral, no Ceará). A estratégia foi classificada como insustentável.

"Quem não levar para preço justo vai fechar, porque não vai conseguir fazer investimentos (em atualização). Estamos vendo provedores que não estão investindo na rede, só trazendo cliente de qualquer jeito".

Margens

Respondendo questionamento de analistas, Roberto Nogueira também projetou recuperação das margens da Brisanet, inclusive por conta da diluição dos primeiros investimentos 5G (que já demandaram R$ 520 milhões da empresa em 2023 e 2024).

Segundo o CEO, a margem de 42% no primeiro trimestre foi o "vale" da empresa, e o indicador deve crescer no segundo trimestre e semestre. Já o endividamento da operadora – hoje de 1,43x na métrica dívida líquida/Ebitda – poderia chegar até 2x, mas com troca de dívida de curto prazo por juros subsidiados e negativos.

O capex previsto pela Brisanet em 2024 é de R$ 800 milhões, sendo que R$ 165 milhões foram realizados nos três primeiros meses do ano.

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