A operadora de infraestrutura V.tal deve demitir em 2024 até 20% de sua força de trabalho, em meio a uma dispensa coletiva de pessoal. Segundo apurou TELETIME, os cortes devem envolver aproximadamente 620 pessoas.
A redução de pessoal está ligada a uma mudança estratégica da empresa de redes neutras de fibra, com a provável alteração no escopo dos serviços prestados para a Oi. Um exemplo é a instalação da rede na casa do assinante, que passaria a ser feita diretamente pela operadora, e não mais pela V.tal.
As demissões em questão foram negociadas pela companhia junto à federações sindicais do setor de telecom. Ao abordar as discussões, o Sintetel – que representa trabalhadores de telecomunicações do Estado de São Paulo – apontou alegações da companhia sobre "dificuldades econômicas enfrentadas após o período pandêmico e o processo de recuperação judicial com a Oi". Assim, a reestruturação visaria reduzir custos para uma adequação às novas realidades do mercado.
Procurada, a V.tal emitiu a seguinte nota, onde destacou iniciativas de automação como um dos motivadores dos cortes:
A V.tal informa que ao longo dos últimos 18 meses ajustou processos e implementou automações que, mesmo com o crescimento do seu negócio, viabilizaram uma operação ainda mais eficiente com uma importante racionalização de custos. A companhia esclarece que esse ajuste está alinhado com seu plano de negócios, que visa a entrega de uma proposta de valor sempre atualizada e um atendimento cada vez melhor aos seus clientes.
Nos nove primeiros meses de 2023, a V.tal obteve uma receita líquida de R$ 4,3 bilhões, representando um crescimento percentual superior a 10% frente ao mesmo período de 2022. O EBITDA foi de R$2,5 bilhões, um aumento de aproximadamente 40% em relação ao mesmo período de 2022
As condições
De acordo com as informações do Sintetel, um pacote de incentivos para os trabalhadores que serão desligados foi acordado com a V.tal. A Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações e Operadores de Mesa Telefônica) também participou da negociação. Confira as condições:
- A dispensa coletiva: ocorrerá do período de 01/01/2024 a 31/12/2024.
- O instrumento de dispensa coletiva: será aplicável as demissões coletivas que resultarem na redução do quadro de pessoal da empresa em até 20% (vinte por cento) do seu efetivo em 01 de janeiro de 2024.
- Pacote de Benefícios: Durante seis meses após a data do efetivo desligamento do trabalhador, será assegurado aos trabalhadores dispensados, inclusive aos que se aposentarem em 2024, plano de saúde, plano odontológico, seguro de vida e auxílio medicamento, conforme acordo coletivo.
- Indenização por tempo de trabalho: pagamento indenizatório de 15% do salário nominal do empregado, por cada ano de efetivo trabalho, limitado até seis salários.
- Excluídos do pacote de benefícios e indenização acima, sem prejuízo no direito a dispensa coletiva pela empresa: demitidos por Justa Causa; durante o período de experiência, contrato de trabalho por prazo determinado e contratados como aprendiz e estagiário. (Colaborou Samuel Possebon)
Nossa. Se os serviços que revendem conexão a essa rede já estão ruins hoje, imaginem depois dessa demissão em massa… Essa rede precisa de investimento, e não de enxugamento.