Após desistir, ao menos temporariamente, de emitir as 800 mil debêntures no valor de R$ 800 milhões em junho, a Oi continua em sua cruzada para conseguir melhorar seu fluxo de caixa e desempenho operacional. Como parte da política de se desfazer de ativos, a tele divulgou nesta segunda-feira, 15, em dois fatos relevantes à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pretende angariar um total de R$ 2,432 bilhões em duas operações. Para tanto, a companhia vendeu um terceiro lote de diretiros de uso de antenas fixas e se desfez totalmente de sua participação societária na companhia de cabos submarinos GlobeNet (Brasil Telecom Cabos Submarinos e suas subsidiárias, localizadas na Venezuela, Colômbia, Ilhas Bermudas e Estados Unidos).
O BTG Pactual YS Empreendimentos e Participações comprou a GlobeNet por R$ 1.745.590.000, valor ainda sujeito a ajustes previstos contratualmente. Nesse escopo da transação estão o fornecimento de capacidade para a Oi e suas controladas, composto por dois anéis que interligam pontos de conexão nos países da GlobeNet e o Brasil, e ainda os 22.500 km de cabos submarinos da empresa. A transação, celebrada no dia 12 de julho, mas só comunicada nesta segunda, ainda está sujeita à aprovação de órgãos reguladores e autoridades de defesa da concorrência nas diferentes jurisdições de cada um dos países em que a companhia de cabos submarinos atua.
Desde o começo do ano, a GlobeNet estava trabalhando em um cabo submarino que interligará diretamente a Colômbia ao anel ótico que passa pelo Brasil (com escoamento em Fortaleza), Venezuela e tem saída para os Estados Unidos. O projeto tem custo estimado entre US$ 35 milhões a US$ 50 milhões e deverá ficar pronto até o final do ano.
Antenas
A venda do negócio de cabos submarinos não foi a única movimentação da Oi para o mercado, que já deixa as ações da companhia em alta de 4,8% na abertura do pregão da Bovespa nesta manhã de segunda-feira. A empresa também comunicou a venda do direito de uso de 2.113 torres fixas e respectivas áreas nas quais estão localizadas para a SBA Torres Brasil. O contrato, no valor total de R$ 686.725.000, novamente tem o objetivo claro de otimizar recursos e transferir custos de operação e manutenção para a cessionária. A transação, que ainda deverá passar pelo crivo da Anatel, também compreende a locação de espaço nas torres e áreas em favor da operadora e suas controladas, diretas e indiretas, por meio de contrato de longo prazo.
Trata-se da terceira venda de direitos de torres fixas. No primeiro semestre deste ano, a Oi estabeleceu contrato com a Br Towers e SP Cinco Torres para cessão de direitos de uso de quatro mil torres de telefonia fixa em um contrato de 20 anos, injetando na época R$ 1 bilhão em caixa. Antes disso, a operadora já havia vendido 1,2 mil torres de telefonia móvel no Norte e Nordeste à empresa TorreSur, por R$ 516 milhões.