Cisco anuncia reestruturação global e deve demitir cerca de 4 mil

A Cisco confirmou na última quarta-feira, 14, um plano de reestruturação para eliminar 5% do seu quadro global de funcionários. Com a iniciativa, a empresa deve mirar novos investimentos em áreas consideradas prioritárias, como inteligência artificial (IA) e software.

Segundo o relatório anual de 2023, a Cisco emprega 85 mil pessoas atualmente. Portanto, cerca de 4 mil colaboradores deverão ser impactados com a medida.  

Dessa forma, a companhia estima que as despesas no balanço com indenizações, rescisões e outros custos cheguem a US$ 800 milhões antes de impostos. Desse total, a empresa espera reconhecer US$ 500 milhões e adotar a maioria das ações no terceiro trimestre fiscal de 2024, que vai até o final de abril.

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Em call para comentar os resultados do segundo trimestre fiscal de 2024, período encerrado em 27 de janeiro, Chuck Robbins, CEO da Cisco, ressaltou o maior grau de cautela e alto nível de incerteza em relação aos negócios.

"À medida que ouvimos isso (sobre incertezas) de nossos clientes, isso nos leva a ser mais cautelosos com nossas previsões e expectativas. Em segundo lugar, como discutimos no último trimestre e, subsequentemente, vimos nos resultados de outros fornecedores de tecnologia, os clientes têm demorado desde o início do nosso ano fiscal de 2024 para implantar os elevados níveis de produtos enviados a eles nos últimos trimestres, e isso está demorando mais do que nossas expectativas iniciais", afirmou Robbins. 

Vale lembrar que 144 empresas de tecnologia, entre elas Alphabet, Amazon e Microsoft, já eliminaram quase 35 mil posições de trabalho apenas em 2024, de acordo com o site Layoffs.fly.

Resultado financeiro

No segundo trimestre fiscal de 2024, o resultado líquido da Cisco registrou queda de 5% comparado a igual período do ano passado, para US$ 2,6 bilhões. Da mesma forma, as receitas caíram 6%, totalizando US$ 12,8 bilhões. 

Em produtos, as receitas marcaram baixa de 10%, para US$ 9,2 bilhões. Por outro lado, as receitas com serviços tiveram alta de 3,5%, para US$ 3,5 bilhões.   

Além disso, a margem bruta da companhia fechou com retração de 2,5%, a US$ 8,2 bilhões. Já as despesas operacionais permaneceram praticamente estáveis (com recuo de 0,2%), a US$ 5,1 bilhões.

Ao avaliar os resultados, o CEO disse que a empresa entregou um segundo trimestre "sólido, com forte alavancagem operacional e retorno de capital."

"Continuamos a alinhar nossos investimentos às futuras oportunidades de crescimento. Nossa inovação está no centro de um ecossistema de mercado cada vez mais conectado e desempenhará um papel fundamental à medida que nossos clientes adotam a IA e protegem suas organizações", finalizou Robbins.

Um dos movimentos recentes adotados pela Cisco para incrementar sua estrutura foi o acordo para a compra, em setembro, da Splunk, uma plataforma de cibersegurança e análise de dados, por US$ 28 bilhões. A empresa espera concluir o negócio entre o primeiro e o segundo trimestre.

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