O tom daqueles que são e foram ligados aos sindicatos de telecomunicações e que hoje estão atuando junto ao Ministério das Comunicações soa bem mais brando do que deu a entender a primeira reunião de Miro Teixeira com os diferentes setores, no dia de sua posse, quando palavras de ordem como "abaixo a privatização" ainda podiam ser percebidas.
Segundo impressões colhidas por pessoas que tiveram contatos com os novos funcionários do Minicom e também em conversas informais registradas por este noticiário, a ordem é agir de acordo com as novas diretrizes de governo, mas dentro do que a lei permitir. "Uma coisa é ser do sindicato. Outra é ir para o ministério. No ministério o trabalho tem que ser por todos", diz uma fonte.
O tom mais brando indica que algumas coisas, se acontecerem, não virão tão cedo: 1) auditoria do processo de privatização não é algo que esteja na pauta imediata, nem mesmo em relação a escândalos abafados no passado (grampo do BNDES, por exemplo); 2) uma mudança no modelo no sentido de criar uma grande empresa nacional também não deve acontecer agora, pois exigiria mudanças sensíveis na legislação existente; 3) uma secretaria de telecomunicações só sai do papel (o prazo para a reestruturação do Minicom vai até maio) se ficar claro que é algo necessário ao novo governo e que justifique o aumento ou remanejamento de custos.
Já na questão da radiodifusão e das questões de comunicação social como um todo, sabe-se apenas que o ministro Miro Teixeira tem dado mais ouvidos aos seus assessores diretos do que aos sindicatos. Até que seja decidido um nome para ocupar a secretaria de radiodifusão, nada deve acontecer.