O Brasil registrou uma margem Ebitda de 24,7% no terceiro trimestre de 2008 (3T08) no balanço da Telecom Italia, voltando a mostrar receita líquida positiva, ganhando destaque no relatório financeiro da operadora italiana. No 2T08 foi registrado 21,2% e no 3T07 a marca foi de 18,5%. A receita total da companhia atingiu 22,4 bilhões de euros de janeiro a setembro de 2008, com aumento de 3% em relação a igual período de 2007. A TIM Brasil participou com 3,97 bilhões de euros, 10,3% acima de igual período de 2007. Em reais o crescimento foi de 5%. O Ebitda no Brasil foi de 875 milhões de euros, com aumento de 6,2%. Os investimentos da TIM Brasil (Capex) atingiram pouco mais de 1 bilhão de euros, mas incluem 477 milhões para aquisição de licença de 3G, no 2T08. A TIM Part PN e TIM Part ON ficaram entre as maiores altas da Bovespa nesta sexta-feira, 14, com alta de 8,08% (R$ 3,21) e 4,72% (R$ 5,09), respectivamente.
Apesar do crescimento da receita total da Telecom Italia, o volume ficou abaixo da meta, que era entre 30,4 bilhões e 30,5 bilhões de euros. A margem Ebitda caiu 1,3 ponto percentual, situando-se em 39,9%, enquanto os investimentos (Capex) somaram 4 bilhões de euros, com aumento de 0,4 bilhão de euro no período, porém abaixo da meta de 5,4 bilhões de euros. A tendência de erosão na receita orgânica diminuiu, principalmente pela recuperação do mercado doméstico, segundo a empresa: -1,5% no terceiro trimestre; 3,6% no 2T08; -4% no 1T08. Na comparação dos nove meses de ano sobre ano, houve aumento de 0,8%. A receita financeira líquida (despesas) do grupo foi de -1,96 bilhão de euro nos nove meses do ano.
A empresa italiana relatou também forte redução nas perdas dos acessos fixos (-355 mil no 3T08 em relação a -659 mil no 2T08). Destacou ainda progressivos sinais de uma guinada na estratégia de crescimento de valor no Brasil e Alemanha.
Evolução de linhas
O número de linhas no Brasil cresceu 20,7% no terceiro trimestre deste ano em relação ao 3T07, para 35,2 milhões, das quais 28,4 milhões são pré-pagas e 6,8 milhões, pós. A empresa italiana explica que o crescimento dos celulares sem conta foi suportado por promoções em recargas e pelo sucesso das vendas de SIM cards (acima de 50% do total das vendas líquidas). No segmento pós-pago a performance foi impactada pela descontinuação do crédito de risco para linhas adquiridas antes da reestruturação do canal de vendas. O market share da TIM caiu de 25,9% no 1T08 para 25% no 3T08.
A receita de voz da TIM Brasil cresceu 5,7% no terceiro trimestre deste ano para 21,87 bilhões de euros; em valor adicionado (VAS), +25,3% (302 milhões de euros); e em handsets (incluindo visitantes e outros) manteve-se em 324 milhões de euros, excluindo -14% de cancelamentos de recebíveis.
A empresa informou que está remodelando as dinâmicas de tarifas e promoções, em busca de lucratividade, reduzindo o período de promoções, modificando o subsídio aos aparelhos (sobre retenção e aquisição) e estimulando as recargas através de bônus promocionais. Explicou que o VAS foi fortalecido pelo lançamento de 3G e aprimoramento das parcerias, entre outros.
Baixa competição na fixa
Em relação à convergência no Brasil, a companhia italiana informou que está focalizada nas oportunidades trazidas pela portabilidade numérica e em ofertas convergentes de venda cruzada via TIM Web, TIM fixo e móvel. Para o mercado de telefonia fixa, a empresa destaca a baixa competição no Brasil (receita total de R$ 48 bilhões nos 12 meses encerrados em junho/2008), insatisfação dos consumidores, baixa penetração, ameaça da portabilidade, alta tarifa mensal e sem VAS incluído. Tudo isto favorece sua estratégia para conquistar esse mercado.