Oi tem queda de 11% na receita e prejuízo de R$ 3,4 bi no segundo trimestre

A Oi apresentou no início desta sexta-feira, 14, resultados financeiros do segundo trimestre que apontaram queda de receitas de 10,8% no segundo trimestre de 2020 (para R$ 4,544 bilhões), além de prejuízo líquido consolidado de R$ 3,493 bilhões no intervalo.

Segundo a operadora, a "queda mais acelerada" no faturamento se deu principalmente pelos efeitos da pandemia de covid-19, refletindo também a estratégia de desinvestimento em serviços legados (cobre e DTH). Nesta noite, a empresa ainda apresentou uma versão atualizada da proposta de aditamento de seu plano de recuperação judicial, com mudanças no modelo de venda operação móvel e no preço da participação na nova unidade de fibra, além da possibilidade de segregar ainda uma unidade de TV por assinatura.

Da receita líquida total da operadora, R$ 1,619 bilhão foi oriunda da divisão de mobilidade pessoal, que registrou queda anual de 6,5%. Na unidade residencial, o recuo foi de 14,8%, para R$ 1,583 bilhão, enquanto a divisão B2B registrou faturamento de R$ 1,419 bilhão (baixa de 10,9%). Operações internacionais geraram R$ 54 milhões e outros serviços, R$ 24 milhões.

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Dessa forma, a Oi teve Ebitda de rotina de R$ 1,359 bilhões, ou 15% menor do que há um ano. A margem Ebitda recuou 1,5 ponto percentual, para 29,9%, enquanto o opex de rotina reduziu em 8,8%, para R$ 3,185 bilhões. No período, a empresa ainda ampliou o caixa em 41,4%, para R$ 6,073 bilhões, mas também viu a dívida líquida subir 59,4% e atingir R$ 20,043 bilhões.

Investimentos

Já os investimentos somaram R$ 1,758 bilhão no segundo trimestre. Em um ano, houve recuo de 14,7% no montante; frente o primeiro trimestre, a queda ficou em 0,2%. No consolidado do primeiro semestre, os investimentos da Oi somam R$ 3,552 bilhões, em queda de 6,2%.

A receita líquida total da empresa figura R$ 9,292 bilhões nos primeiros seis meses de 2020 (baixa de 9,1%); o Ebitda de rotina, R$ 2,891 bilhões (-10,4%); e o prejuízo líquido consolidado, R$ 9,747 bilhões.

Residencial

A receita com fibra ótica na unidade residencial passou de R$ 39 milhões no segundo trimestre de 2019 para atuais R$ 255 milhões, em salto anual de 549%. Ainda foram faturados R$ 13 milhões com serviços de fibra para PMEs.

Ao longo do segundo trimestre, 357 mil adições do serviço foram registradas, sendo 137 mil apenas em junho (o número foi reportado como um recorde da operação). No geral, a receita residencial de fibra da Oi somou R$ 449 milhões (alta de 611%) nos seis primeiros meses de 2020.

Foco estratégico da companhia, o investimento na tecnologia resultou em 1,236 milhão de casas conectadas com FTTH em 127 municípios ao fim de junho, ou alta de 463%. Já as casas passadas (ou homes passed) somaram 6,7 milhões. Segundo a Oi, uma média de 365 mil novas HPs ao mês foi registrada entre abril e junho.

A trajetória ascendente da fibra contrastou com as duas demais tecnologias da divisão residencial. As receitas geradas pela rede de cobre caíram 31,2%, para R$ 957 milhões, igualmente pressionadas pela telefonia fixa e pela banda larga neste modelo. Já o faturamento com TV DTH recuou 13,3%, para R$ 371 milhões.

Mobilidade

Apesar da queda de 6,5% no consolidado da mobilidade pessoal, as receitas da base pós-paga da Oi cresceram 6,5%, para R$ 905 milhões. No semestre, a alta é de 9,3% (R$ 1,835 bilhão). A Oi soma 9,719 milhões de clientes na modalidade, contra 8,533 milhões há um ano (alta de 13,9%).

Por outro lado, o negócio pré-pago teve faturamento de R$ 635 milhões, ou 17,7% menor que há um ano. A base recuou 7,3%, para 24,269 milhões de acessos (no consolidado pós e pré, eles somam 33,988 milhões, ou queda de 2,1%).

Segundo a Oi, o fechamento de pontos de recarga e o menor número de pessoas circulando foram motivos para a queda mais acentuada na modalidade pré: o total de recargas caiu 8,6%. Ainda assim, a empresa afirma que abril foi o pior momento, enquanto junho já teria demonstrado níveis de recarga similares ao de antes da pandemia.

Assim, a receita média por cliente (ARPU) do segmento móvel ficou em R$ 15,5 no segundo trimestre, ou 3,5% menor em um ano e menos 3,9% frente os primeiros três meses de 2020. A operadora encerrou junho com 4G em 1.029 cidades, atingindo 75% da população urbana.

B2B

No negócio B2B, a melhor performance foi da vertical de TI, que aumentou o faturamento em 53,3% em um ano, atingindo R$ 158 milhões. O negócio faz parte do segmento corporativo, que agora opera sob a marca Oi Soluções. A receita da divisão ficou em R$ 770 milhões, em queda de 10,6% pressionada por dados (recuo de 18,2%, para R$ 338 milhões) e outros serviços.

Segundo a companhia, houve redução do tráfego de voz e dados por conta das políticas de confinamento e home office adotadas no Brasil. Além disso, também ocorreu a suspensão temporária de assinaturas dos serviços prestados pela Oi por parte de algumas empresas.

Dessa forma, também houve impacto na divisão de pequenas e médias empresas, que gerou R$ 256 milhões, em queda de 14,8% em um ano. Já o negócio de atacado gerou R$ 238 milhões, em queda de 7,3%.

2 COMENTÁRIOS

  1. Com esse cenário, depois que vender tudo, a Oi (com sua infraestrutura legada e obrigações de universalização) não tem nenhuma chance de sobreviver e a concessão será devolvida à União.

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