Portais ampliam espaço para distribuição de vídeo, e focam em conteúdos premium

Os grandes portais da Internet brasileira se tornaram, definitivamente, canais para distribuição de conteúdos de vídeo. Os debates realizados durante o Congresso TV 2.0, realizado nesta terça, 14, em São Paulo, mostram que o uso de conteúdos audiovisuais é parte irreversível da estratégia dos principais players do mercado. Mas ao contrário do que se discutia há um ano, o grande impulsionador desse movimento não são mais os conteúdos gerados por usuário, no modelo YouTube. A tendência, agora, é a ampliação da distribuição dos chamados conteúdos premium, ou profissionais, por meio desses portais. Segundo Pedro Rolla, diretor de mídia do Terra para a América Latina, apesar dos ruídos que esse movimento tem gerado, é uma oportunidade importante para portais, produtores de conteúdos, redes de banda larga e todos os players do mercado audiovisual. "O Terra tem hoje oito milhões de usuários dos serviços Terra TV e 60 milhões de vídeos assistidos ao mês", explica. O Terra tem adotado a estratégia de investir na compra de direitos para grandes eventos esportivos, como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, e firmado parcerias com estúdios produtores de conteúdos, como a Disney, para a distribuição de séries de TV.
Direitos caros
Já o UOL tem adotado uma estratégia diferente, pois não acredita que seja possível, ainda, financiar apenas com publicidade os investimentos em direitos. "Quando conseguimos fazer acordos razoáveis com produtores de conteúdos, fazemos", explica o diretor de publicidade do portal UOL, Enor Paiano. Ele explica que o portal tem hoje "mais de 100 mil vídeos, metade gerado pelos usuários e metade editoriais, feitos pelo UOL ou pelos parceiros", e que em geral são vídeos de curta duração. No caso de conteúdos esportivos, a produção se dá em caráter jornalístico. "Temos um repórter no estádio com uma câmera de R$ 1 mil. Ele cobre o jogo, filma os gols e nós reempacotamos isso para a Internet".

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O portal MSN, da Microsoft, é outro que tem apostado na distribuição de conteúdos gerados pelos usuários e também, de maneira crescente, em conteúdos premium, adquiridos de grandes produtores. Segundo a produtora executiva do portal MSN, Andrea Fornes, há cerca de um ano o portal passou a oferecer conteúdos de vídeo de parceiros editoriais como New York Times, Reuters, BBC Brasil, Discovery e Turner, além de conteúdos gerados pelo usuário. Ela explica que esse movimento se deve à banda larga, que vem facilitando o consumo de vídeo pela Internet.
Passividade
"O que a gente vê é que os usuários de Internet não querem consumir vídeos passivamente. Os usuários do MSN querem compartilhar experiência com seus contatos e trocar mensagens de texto durante a exibição do conteúdo".
O comunicador instantâneo MSN tem cerca de 40 milhões de usuários apenas no Brasil. No começo, apenas pequenos vídeos eram oferecidos, mas hoje é possível colocar um episódio inteiro de uma série, dividindo o arquivo no tempo dos intervalos comerciais. É o que o MSN fez com a Fox, relata a executiva. Hoje, o portal tem 25 milhões de streams mensais no Brasil, e 5 milhões de usuários por mês. "A questão importante é como ficará o vídeo-sob-demanda na Internet versus o modelo de programação na TV", diz. Ela acredita no modelo da Discovery, que tem comercializado conteúdos que não são mais exibidos na TV.
Para o portal MSN, o custo de conteúdo premium deve começar a cair na medida em que os conteúdos estejam disponíveis em maior quantidade e consigam maior retorno publicitário, e isso deve ampliar a distribuição de vídeos na Internet.

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