Mais "bytes per capta" é premissa da Anatel para preço de outorgas

A Anatel afirma que a elaboração do edital de 3G, cujo leilão acontece em dezembro, levou em consideração o desenvolvimento de novos modelos de negócios e de novas realidades de mercado com o crescimento do mercado de banda larga sem fio. O problema foi debatido no 1º Seminário Wireless Broadband, organizado pela TELETIME nesta terça, 13. As operadoras de celular fizeram questão de enfatizar a insatisfação com relação aos preços do leilão, às estimativas de retorno de investimento nas localidades de baixo interesse econômico e às propostas de compartilhamento de infra-estrutura.
Segundo Nelson Takayanagi, gerente geral da superintendência de serviços de privados da Anatel, uma das premissas adotada pela agência no cálculo do preço das licenças foi justamente uma estimativa de que o tráfego de dados em redes móveis, estimado hoje em 17 Mbytes por usuário por mês (incluindo com o demandado pelos serviços de voz) aumentará para cerca de 36 Mbytes por usuário/mês em 2020, e que a base de acessos móveis no Brasil será, no mesmo ano, de cerca de 300 milhões de acessos. ?Essas variáveis foram consideradas no valor do leilão?, explicou Takayanagi.
De fato, o desenvolvimento de um novo mercado de banda larga, a partir da chegada dos operadores móveis, é uma das tendências para os próximos anos e aposta das empresas celulares para aumento das receitas.

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Encarecendo o resto

Takayanagi disse que outras faixas de freqüência que permitem serviços de banda larga wireless, como as faixas de 3,5 GHz e 2,5 GHz, teriam preços semelhantes aos cobradas pelas faixas de 3G se estivesse prevista a mobilidade para estas faixas. A Anatel, de qualquer maneira, está prevendo o aumento da necessidade de faixas para serviços móveis. A estimativa da agência acredita que em 2020 será necessário cerca de 1,06 GHz de banda para os serviços móveis, e preferencialmente em faixas mais baixas do espectro.

Crítica

?Da forma como está o edital de 3G, não podemos ter certeza de que haverá viabilidade para a cobertura das cidades que hoje não são cobertas. Vale lembrar que hoje já há 78 milhões de pessoas que são cobertas pelos serviços móveis e que não têm o serviço porque não têm condições econômicas. Imagine atender aos 18 milhões que sequer cobertos são e que estão em 2,3 mil municípios. Podemos estar criando um monstro?, disse Paulo Roberto da Costa Lima, diretor de regulamentação da TIM, deixando claro que, independentemente disso, a operadora não pode ficar de fora da licitação. Ele lembrou ainda que o pay-back de um usuário pré-pago nessas localidades não cobertas sobe dos 30 meses atuais para 100 meses.

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