Mitch Lasky, CEO da Jamdat, uma das maiores empresas envolvidas no mercado de games para celulares nos EUA, apresentou nesta segunda, dia 12, sua visão sobre o que é preciso mudar para que a indústria de jogos aproveite melhor o desenvolvimento das plataformas de terceira geração que começam a surgir. Para Lasky, as aplicações móveis, sobretudo os jogos, ainda estão longe de se tornarem realmente fáceis para usuários sem experiência ou habilidades especiais. Em geral, é preciso teclar o celular mais de 20 vezes para se conseguir comprar um jogo, o que ainda é muito.
Segundo Mitch Lasky, não basta que os desenvolvedores de aplicações e agregadores esperem que as operadoras promovam o conteúdo, porque isso não vai acontecer. "Elas podem fazer uma vez, no lançamento, mas depois disso o trabalho é todo nosso", diz. Ele pondera, contudo, que as operadoras de um modo geral poderiam facilitar a vida dos provedores de conteúdo se abrissem "caminhos" mais simples para a aquisição de jogos e aplicativos, como números de SMS únicos ou ícones diretos.
A Jamdat considera, também, que a própria indústria de desenvolvedores de jogos está se prejudicando ao desenvolver conteúdos sem apelo. "Precisamos ter mais controle editorial sobre o que é feito, porque se começarmos a entregar conteúdos de baixa qualidade, isso vai fazer com que as pessoas não acreditem no potencial multimídia dos celulares", disse, lembrando que com a pressão para o desenvolvimento de novos conteúdos, mutas empresas pararam de buscar qualidade. "Estamos poluindo nossa própria água agindo desse jeito". Ele disse que enquanto a Jamdat desenvolve entre 20 a 24 jogos por mercado, por ano, empresas chinesas e indianas fazem essa mesma quantidade por mês. "Não há como fazer com qualidade nesse rítmo". Para Lasky, a variedade não pode ser confundida com caos, caso contrário, "ninguém comprará".
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