Juntas, Vero e Americanet miram mercado móvel, rede neutra e capital paulista

Foto: Pexels

Formando um dos maiores grupos de telecom do País após a fusão anunciada na última terça-feira, Vero e Americanet vislumbram uma série de oportunidades a partir da combinação de ativos, passando pelo mercado móvel, pelo segmento B2B e por capitais como a cidade de São Paulo.

Parte da estratégia foi revelada nesta quarta-feira, 12, em conversa do comando das duas empresas com jornalistas. Se na banda larga fixa a fusão ocorre como "união de iguais", dado o número próximo de assinantes de ambas no serviço, na telefonia móvel a Americanet detém cerca de 170 mil assinantes, operando no modelo de operadora móvel virtual (MVNO) como complemento da banda larga.

Segundo o CEO da operadora paulista e futuro presidente do conselho das operações combinadas, Lincoln Oliveira, há planos de estender este modelo para todo o grupo. Citando o exemplo de duas cidades (Poá e Itaquaquecetuba), Oliveira classificou a abordagem como um sucesso, com 42% dos assinantes do fixo detendo chips móveis da empresa e alta na receita média por usuário (ARPU) para R$ 162.

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"Faz todo sentido o cross selling na base", apontou o executivo – citando oportunidades da mesma natureza no segmento B2B, de onde a Americanet é egressa. Dessa forma, ofertas para o segmento corporativo são esperadas em mercados onde apenas a Vero tinha atuação relevante – como a região Sul e Minas Gerais. Segundo a dupla, há zero sobreposição de redes entre os ativos das companhias.

Rede neutra e capitais

A fusão entre as empresas também passa pelo mercado de redes neutras, uma vez que a Siena Brasil – criada pela Americanet no começo do ano para atuação na vertical – faz parte do negócio. A empresa de infraestrutura subterrânea na cidade de São Paulo segue buscando sócios (inclusive outras operadoras), mas abrirá oportunidades para o próprio grupo atuar no varejo da cidade mais populosa do País.

"Em Poá temos 17 ISPs na mesma cidade, sendo que em São Paulo capital temos basicamente três ou quatro players de Internet banda larga no varejo", exemplificou Lincoln Oliveira. "Estamos falando de tíquetes de alto valor. Como já atendemos muito o B2B, temos essa oportunidade [de varejo] dentro de São Paulo", completou o executivo, lembrando que a infraestrutura da Siena também apoiará usos B2B de outras empresas, servindo como alternativas aos postes, hoje lotados na cidade.

Além da Siena, a união também deve se amparar em ofertas de prestadoras consolidadas de redes neutras em meio à expansão geográfica planejada, confirmou Fabiano Ferreira, CEO da Vero. Ele ocupará o mesmo cargo após a combinação das duas provedoras.

"A gente não descarta utilizar rede neutra, desde que tenham condições comerciais que façam sentido em regiões onde não estamos presentes. Podemos fazer o orgânico com rede de terceiros e isso vai ser discutido no novo grupo", afirmou o atual CEO da Vero – uma das pioneiras no Brasil na contratação das redes neutras de FTTH.

A união

Ao combinarem ativos, Vero e Americanet reúnem presença em 450 cidades e 1,9 milhão de unidades geradoras de receitas, sendo 1,4 milhão clientes na banda larga fixa e cerca de 300 mil na telefonia fixa. A empresa deve avaliar novas oportunidades de expansão em todo o País e alternativas de financiamento que podem passar do IPO a um novo sócio estratégico.

Já a marca para o futuro ainda não foi definida. Segundo Lincoln Oliveira, todas as opções estão na mesa: uma união sob o nome Vero, sob o nome Americanet, a manutenção das duas opções em mercados distintos e mesmo a criação de uma nova identidade.

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