Um ciberataque massivo afetou nesta sexta-feira, 12, a rede interna de várias empresas europeias de telecomunicações e utilities, sobretudo operadoras como Telefónica Espanha, Portugal Telecom e sistema de saúde britânico (NHS). O ataque infectou computadores das companhias bloqueando pastas e dados e pedindo resgate – daí o nome "ransomware" – das informações em troca de bitcoins (moedas virtuais). Ambas as empresas afirmaram trabalhar para mitigar o incidente.
Procurada por este noticiário, a Telefônica Brasil disse estar ciente do que aconteceu na Europa, mas assegurou não haver impacto. "A Telefônica Brasil não foi impactada pelo incidente de segurança, mas, mesmo assim, está tomando medidas preventivas para garantir a normalidade de sua operação", diz em comunicado.
No início da tarde, a MEO (da Portugal Telecom) confirmou por meio de mensagem no Twitter que foi uma das empresas afetadas, mas assegurando que isso não afetaria os usuários. "Confirmamos que a PT foi alvo de um ataque informático. Esta situação não tem impacto na segurança dos seus serviços Meo", disse.
A Telefónica disponibilizou no site um comunicado também confirmando o incidente. "No meio da manhã de hoje foi detectado um incidente de cibersegurança que afetou os PCs de alguns funcionários da rede corporativa interna da companhia", declara. "De forma imediata, foi ativado o protocolo de segurança para este tipo de incidente com a intenção de que os computadores afetados funcionem normalmente o mais rápido possível." Mais uma vez pelo Twitter, o diretor-executivo de dados (CDO) do grupo espanhol, Chema Alonso, disse que "as notícias (do ataque) foram exageradas e nossos colegas estão trabalhando nisso no momento".
O governo espanhol afirmou, também por comunicado, que o ataque não afetou os serviços ou operações das companhias afetadas. O Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha (Incibe) classificou o ransomware como nível 5 "crítico", listando diversos sistemas Windows afetados (inclusive a versão mais recente, a 10).
De acordo com a empresa de segurança Avast, foi observado nesta sexta-feira um pico de ataque do malware WanaCrypt0r 2.0, com mais de 36 mil detecções, embora direcionados em maioria a Rússia, Ucrânia e Taiwan. A companhia afirma que 85% dos computadores da Telefónica teriam sido afetados, o que a obrigou a mandar funcionários desligarem os aparelhos e pararem de trabalhar. A ameaça se espalha por meio de links maliciosos e documentos da suíte Microsoft Office infectados.