Redução do ICMS ajudará a custear 5G ao trazer novos consumidores

Executivos das teles em evento em São Paulo

[Publicado originalmente no Mobile Time] Na visão de José Felix, CEO da Claro Brasil, a recente redução do ICMS possibilitará o acesso de mais clientes ao mercado de telecomunicações no País, viabilizando os custos de investimentos na infraestrutura do 5G. O executivo falou sobre o tema em painel realizado nesta quinta-feira, 11, em seminário sobre o 5G organizado pelo Ministério das Comunicações, em São Paulo.

"Sem dúvida, a renda do brasileiro é, hoje, para nós operadores, talvez o principal problema do setor. Toda essa tecnologia do 5G vai depender de bilhões de dólares em investimentos. Para remunerar todo esse capital, você precisa de assinantes. O que a gente vê no mercado brasileiro é que esse assinante tem dificuldade em pagar a conta, em função da renda. Portanto, qualquer diminuição no preço final para esse cliente acessar os serviços de telecom é bem-vinda. Essa redução vai possibilitar a entrada de novos brasileiros nesse mercado", disse o CEO.

Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, concordou com Félix, ressaltando a importância da redução para ampliação do mercado de consumidores. "O setor de telecomunicações é o que tinha a mais alta carga tributária, que acabou de ser corrigida. Isso significa que nós passamos de um serviço de luxo para um serviço básico, que é o correto. Isso vai trazer elasticidade na demanda, uma maior inclusão e mais consumo. Vai ser bom para os consumidores brasileiros", afirmou.

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Griselli também abordou a questão da relação entre empresas de telecom e aquelas que oferecem serviços over the top (OTTs). O CEO da TIM enfatizou em sua fala a necessidade de mudanças no marco regulatório das telecomunicações, para adequar as diretrizes às novas condições do mercado, no qual a distribuição de conteúdos tem um papel muito importante. Ele disse que a distribuição dos investimentos está desequilibrada, se concentrando no setor de telecomunicações.

"Hoje, na cadeia de distribuição, nós, operadoras de intercomunicação, estamos fazendo grande parte dos investimentos. A nossa rede está disponível para o benefício dos clientes e permite a viabilização dos serviços de OTT. Agora, a distribuição do valor ficou bastante desequilibrada, nós como setor precisamos ter nosso retorno do investimento. Isso é um debate que está acontecendo em todos os lugares do mundo, da contribuição dos vários atores a uma cadeia de valor mais ampla e ao fornecimento dos investimento necessários para as redes", explicou Griselli.

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