Mídias digitais desafiam modelos de operadores e programadores

O primeiro painel do Congresso ABTA 2010, que acontece esta semana em São Paulo, foi focado nos desafios da convergência sobre os modelos de negócio de operadores de TV, produtores de conteúdo e portais de Internet. A sessão contou com a presença do diretor geral do Google Brasil, Alex Dias; do presidente da Net Serviços, José Felix; e do acionista e VP da Blue Interactive/Viacabo, Marcelo Lacerda, além de Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat.
Uma das questões foi sobre a necessidade de o público pagar ou não pelos conteúdos. A pesquisa da PriceWaterhouseCoopers, apresentada por Marcel Fenez, head global de mídia e entretenimento da PwC, mostrou que o público está disposto a pagar pelo conteúdo desde que veja valor na equação. "Antes as pessoas compravam um CD com 11 músicas, quando queriam ouvir apenas uma ou duas. Hoje, ela só paga aquela música que quer ouvir", exemplifica. "É preciso haver uma equação de valor: os consumidores pagam por aquilo que querem, não pagam por aquilo que nós 'empurramos' para eles", completa o executivo.
Para Marcelo Lacerda, essa equação é formada por preço e qualidade, e se ela estiver correta, o consumidor está disposto a pagar. Lacerda, que é um dos acionistas da Blue Interactive, que recentemente adquiriu a operadora de TV paga Viacabo, destacou que existe uma demanda por conectividade para essa nova realidade, e criar uma "transportadora de bits", pois no limite, o consumidor poderá ter acesso a todos os conteúdos diretamente do mundo IP.

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Linear x não linear
As diferenças entre conteúdo linear e não linear e a importância do programador também foram questionadas no painel. Para Lacerda, pode chegar o dia em que o canal não seja mais programado de forma linear. Fenez ressaltou ainda que nesse momento, os canais terão outra função, possivelmente de experimentação de conteúdo.
Pecegueiro, porém, acredita que o programador tem um trabalho de entender os hábitos do consumidor e selecionar e hierarquizar dentro da grade. "Isso está a milhas de distância do You Tube", completa.
Para José Felix, é papel do operador entregar tudo aquilo que for demandado pelo usuário. "Hoje, somos a empresa que conecta o usuário quando ele está no seu domicílio. Mas brincamos que se esse cliente sair do domicílio teremos que dar um jeito de mantê-lo conectado, nem que seja indo com o cabo atrás dele".
Alberto Pecegueiro destacou a complexidade dos modelos de negócio no novo ambiente digital, mas reforçou que, em última instância, o assinante será sempre do operador.

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