Na conferência do balanço financeiro do primeiro trimestre nesta quinta-feira, 11, a Brisanet reafirmou os planos de lançar o 5G em junho, que agora é o destino de maior parte dos investimentos previstos para 2023. Às vésperas de essa operação sair do papel, a companhia planeja "centenas e centenas" de estações radiobase, com uma densidade de uma antena para cada 10 mil habitantes.
O plano continua ser de lançar o serviço móvel em 5G e 4G na faixa de 2,3 GHz na primeira quinzena de junho, inicialmente em "duas ou três" cidades próximas à sede, mas depois expandindo para um total de 40 municípios no Rio Grande do Norte e região do centro-sul do Ceará, além da capital Fortaleza. Será uma cobertura de aproximadamente 800 mil acessos móveis, segundo a empresa.
Com a Huawei como fornecedora, a prestadora já efetuou essa aquisição de equipamentos ao longo do ano passado. A estratégia é de adensar para tornar a operação madura até o final de 2023. "Tem cidade que terá uma, duas ou 30 ERBs. Estamos implementando não só em cidade pequena, porque é justamente a amostra de chegar maduro no segmento", explica o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, citando que a capilaridade dependerá da população.
Nogueira detalha que o desempenho do espectro tem sido "acima da expectativa, que já era alta", e que a estratégia de cobertura considera também o LTE para ampliar a base entre os usuários que possuem smartphones mais antigos. "Subimos parte da frequência em 4G e parte em 5G, porque próximo de 80% dos celulares existentes no mercado 'fala' com nossa rede em LTE, mas com alta performance porque é o mesmo hardware do 5G", coloca. "Inclusive nossa operação é a única standalone pura – quem tem celular novo, já fala com a rede. Quem tem antigo, é NSA."
Passada esta fase inicial até o final do ano, a Brisanet deverá expandir a oferta do 5G também para o modelo de franquias com a Agility. No momento, a empresa congelou o ingresso de novos participantes, mas espera que a operação móvel possa amadurecer. "A partir de dezembro de 2023, com indicadores de precisão, é que vamos levar o modelo aos franqueados", argumenta o executivo.
O objetivo da companhia também é de utilizar as parcerias com serviços digitais da banda larga fixa também na móvel. A prestadora afirmou ao TELETIME que serão os mesmos serviços de valor adicionado (SVAs) que já são aplicados na banda larga fixa. Atualmente, a operadora oferece plataformas próprias como o brisamusic, mas também assinaturas do serviço de streaming Netflix e Globoplay, entre outras plataformas.
Expansão do FTTH
A alocação de investimentos para a rede móvel (R$ 350 milhões) significa que a PPP não deverá expandir a infraestrutura de fibra neste ano (ainda que esta seja utilizada no backhaul das torres), mas isso não quer dizer que a companhia esteja estagnada na banda larga fixa. A conta que a Brisanet faz é que a taxa de ocupação em relação às casas passadas mostra oportunidade para melhoria sem que seja necessário investimentos significativos. "Tem bastante espaço para crescer a base", coloca a diretora de RI da empresa, Luciana Ferreira.
"Crescemos em market share em Aracaju, Fortaleza e Teresina. Ainda temos espaço para crescer no Ceará, Pernambuco, Bahia e Piauí – é onde eu tenho ocupação abaixo porque têm cidades novas", explica Ferreira. Segundo Roberto Nogueira, boa parte da infraestrutura de rede fixa para capitais como Salvador e Recife já foi construída, então agora a tendência é investir menos. "Temos mais de 4 milhões de portas, então temos oportunidade gigante de crescer sem ter investimento grande", argumenta o executivo. Segundo ele, o Capex de manutenção também deverá ser pequeno justamente por ter investido em "equipamentos robustos".
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