Esta semana não foi boa para a Qualcomm. Na Nasdaq, nos EUA, os papéis da empresa fecharam o dia a US$ 31,88 a ação, uma queda de 1,33% em relação ao dia anterior. Os investidores trocavam mensagens sugerindo, em muitos casos, a venda imediata de posições. Uma das mensagens se referia ao fato de a Anatel ter recusado à Vésper, controlada pela Qualcomm, o uso secundário da faixa de 1,9 GHz para o SMP. De acordo com o texto, a Vésper perdeu para a indústria de GSM, GPRS, EDGE e UMTS (w-CDMA), representada no Brasil por membros da associação 3G Americas. Observa, ainda, que a Vésper poderia ter 10 milhões de assinantes no Brasil se estivesse melhor posicionada.
Os investidores mais agitados aconselhavam aos demais que vendessem rapidamente suas posições, argumentando que o mercado caminhava para um crash e que os gerenciadores de fundos não teriam dinheiro para empurrar os índices para cima.
O papel da empresa iniciou a semana cotado a US$ 35,4 e encerrou com queda de 10,16%. ?Foi uma semana terrível para a Qualcomm, sob qualquer aspecto?, opinou um investidor. Outro indagava como poderia haver uma queda forte em tão pouco tempo e o CEO Irwing Jacobs continuar no comando da empresa. Jacobs, aliás, vem exercendo seu direito de vender ações, assim como outros diretores da empresa, ao longo dos últimos meses, tendo repetido a prática no último dia 7.
Sem relação
O presidente da Qualcomm no Brasil, Marco Aurélio Rodrigues, afirmou que a queda das ações da empresa não tem nenhuma relação com a decisão da Anatel sobre a Vésper. "Como se tratam de papéis muito negociados, não me sinto à vontade para falar sobre o assunto, mas certamente isso não tem nada a ver com a Vésper", limitou-se a comentar. Ele também assegurou que a venda de ações pelo CEO da empresa já havia sido informada antes do comunicado da Anatel.
Rodrigues disse ainda que a Qualcomm não definiu os próximos passos quanto ao pleito da Vésper. A decisão deve sair na semana que vem, uma vez que a empresa tem dez dias para recorrer do veto estabelecido pela agência.