(Matéria originalmente publicada no Mobile Time) O superintendente de outorga e recursos à prestação da Anatel, Vinícius Caram, afirmou nesta quinta-feira, 9, que o adiamento por 60 dias da entrada em operação da faixa de 3,5 GHz do 5G pode ser revisto e antecipado. Segundo ele, haverá uma reunião na próxima semana do Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz) em que o presidente, conselheiro Moisés Moreira, deverá anunciar novidades.
"O atraso do cronograma se deve à falta de instalação dos filtros que não chegaram. Existe a possibilidade de antecipação assim que os kits chegarem. Vamos garantir a limpeza desta faixa até dia 29 de agosto para todas as capitais – talvez tenhamos problemas satelitais em Manaus e Belém. Quem sabe grande parte destas cidades já entram em operação em julho? A partir do momento que os insumos estiverem aqui, as operadoras estarão liberadas", disse Caram, em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os entraves logísticos das empresas para a implantação do 5G no Brasil.
A limpeza da faixa de 3,5 GHz precisa ser feita para evitar interferências no tráfego do sinal de 5G com os sinais de TV por satélite e em relação aos serviços profissionais de satélite (FSS), que utilizam a banda C estendida. Por isso, a EAF (entidade que operacionalizará a resolução destes problemas) precisa dos filtros de mitigação para as antenas profissionais e kits de recepção de TV via satélite residencial em banda Ku. A EAF explicou que o lockdown na China, a escassez de semicondutores, as limitações do transporte aéreo e a demora no desembaraço aduaneiro estão dificultando a logística, e com isso foi necessário assegurar mais tempo.
Em sua fala, Caram salientou ainda a importância de aumentar a quantidade de antenas instaladas nos municípios para garantir o acesso ao 5G. "A dificuldade para obtenção do licenciamento urbano de infraestruturas de telecomunicações é um dos principais empecilhos para instalação de equipamento", apontou. (Por Mariana Sgarione)