Não há negociações em curso para a venda da Telemig Celular e a Amazônia Celular, mas a Previ, uma das principais acionistas das empresas, reforçou seu interesse na venda do ativo tão logo o Opportunity seja retirado do controle das companhias. ?Espero que os compradores estejam se posicionando. São ativos bons e maduros para serem vendidos. Este é um momento muito positivo para a venda?, disse o presidente da Previ, Sergio Rosa. Segundo o diretor de participações da fundação, Renato Chaves, a idéia é vender as operadoras celulares em conjunto com o Citibank e inclusive com o Opportunity ? o banco de Daniel Dantas tem 49% da Telpart, uma das controladoras na cadeia societária das companhias. De acordo com Chaves, a negociação com o Opportunity ficará a cargo do Angra Partners, gestor do fundo Investidores Institucionais, que gere o investimento dos fundos de pensão nas operadoras.
No dia 20 de março acontecerão as assembléias gerais extraordinárias (AGEs) para a mudança do controle na Telemig Celular Participações e na Tele Norte Celular Participações. Ainda não foram escolhidos os nomes dos futuros executivos das companhias.
BrT
A respeito da Brasil Telecom (BrT), o presidente da Previ disse esperar que, com o passar do tempo, apareçam novos interessados na compra da operadora além da Telecom Italia. Garantiu também que, no momento, não há nenhuma negociação em curso com os italianos.
Rosa disse ainda que a Previ estuda a possibilidade de entrar com uma ação indenizatória contra Daniel Dantas pelos supostos prejuízos causados pela gestão do Opportunity na BrT. O Citibank, seu aliado na luta contra Dantas, move uma ação similar na Justiça de Nova Iorque contra o dono do Opportunity.
Balanço
A Previ anunciou hoje os números do seu balanço do ano passado. O fundo de pensão do Banco do Brasil encerrou 2005 com patrimônio de R$ 83,1 bilhões. Seu superávit no ano passado foi de R$ 9,1 bilhões. Foi o terceiro ano consecutivo de superávit que, agora, está acumulado em R$ 18,9 bilhões.
Aplicações em renda variável representam 60,5% dos ativos da Previ, contra 33% da renda fixa e 6,5% em imóveis e empréstimos/financiamentos. A rentabilidade de suas aplicações com renda variável foi de 27% em 2005. Na renda fixa foi de 17,3%. Ambos ficaram bem acima da média atuarial de 11,4%.
Diante dos bons resultados, o presidente da Previ comentou a contradição de o fundo de pensão ter sido alvo de tantos ataques em 2005 nas CPIs do Congresso. ?Houve muitas denúncias vazias e precipitadas, mas acho que conseguimos esclarecer tudo?, afirmou.
