A indústria brasileira de equipamentos elétricos e eletrônicos para telecomunicações prevê faturar R$ 19 bilhões este ano, motivada pela previsão das operadoras de fazer de aportes mais robustos para o segundo semestre do ano. Na primeira metade de 2011 as vendas do segmento tiveram crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado, equanto as receitas subiram 6%. Mesmo assim, esses percentuais são considerados menores do que o ideal para o segmento, que perseguia uma cifra ainda maior, desde o início de 2011. A Meta dos fabricantes para este ano era chegar à marca registrada antes da crise econômica mundial, em 2008, quando o setor teve receitas na ordem de R$ 21 bilhões.
Na visão da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), essa expansão moderada do setor ocorrerá devido ao baixo investimento de algumas operadoras entre janeiro e junho, o que pode inviabilizar uma reposição dos ganhos, mesmo com uma tendência de alta nas vendas durante o segundo semestre.
Paulo Castelo Branco, diretor de telecomunicações da Abinee, a contenção nos gastos das empresas, especialmente na telefonia móvel, ocorreu devido às recentes alterações no controle acionário de operadoras como a Oi e Vivo. “prevemos uma mudança neste comportamento deles, com aumento nos investimentos”, comenta o executivo. Mesmo sem muitas perspectivas de retomar neste ano o faturamento do ano pré-crise econômica, a entidade comemora o resultado, quase R$ 3 bilhões superior aos R$ 16 bilhões apurados no acumulado de 2010.
Celulares
No mercado de aparelhos celulares a situação é semelhante: a venda dos equipamentos cresceu 25% entre janeiro e junho deste ano, mas os fabricantes dos dispositivos temem uma desaceleração no médio prazo, caso o País seja afetado pelas incertezas que pairam sobre a economia mundial. Sobre este nicho, Castelo Branco acredita que o número de devices vendidos no mercado brasileiro será praticamente igual ao do ano anterior: 64 milhões de aparelhos. Deste total, 52 milhões atenderão ao mercado interno.
De acordo com o executivo, o grande problema do setor é que a partir do segundo trimestre, o comércio começou a represar suas compras, fato que pode impactar negativamente o setor. “Por conta dos rumores de problemas na economia, há uma preocupação de que o brasileiro reduza seus gastos para evitar problemas no futuro”.