Os provedores de acesso à internet procuraram as concessionárias para fazer uma proposta conjunta ao governo antes de apresentar sua contribuição solo ao projeto que leva banda larga às 55 mil escolas urbanas do País. No entanto, segundo Eduardo Parajo, presidente do conselho diretor executivo da Abranet, o pedido foi ignorado por todas as concessionárias. Nesta terça, 8, ao comentar o fato de que os provedores de acesso estavam excluídos do projeto de universalização da banda larga em escolas, o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, disse que agora cabe aos provedores procurar as concessionárias para participar do projeto. ?Eles que venham negociar com a gente?, disse o presidente da BrT durante o anúncio do programa no Palácio do Planalto.
Sem cobrança
Na avaliação de Parajo as concessionárias vão querer cobrar pelo uso da rede, o que não faz o menor sentido, porque o serviço para as escolas será gratuito. A cobrança pelo uso da rede também é uma maneira de não permitir o acesso dos provedores, já que estes terão de prestar o serviço gratuitamente para as escolas. ?Agora que conseguiram o que queriam, eles vêm com essa história?, diz ele. Na opinião de Eduardo Parajo, as operadoras não estão interessadas nas escolas, mas sim em monopolizar o setor. ?Já tem o monopólio da telefonia, agora está decretado o monopólio da internet?, afirma indignado.
Originalmente, após um ano, todos os provedores poderiam entrar na disputa. No entanto, o governo conseguiu fazer com que as teles prestassem o serviço gratuitamente por todo o prazo da concessão.
Justiça
?Simplesmente não entendemos porque fomos ignorados. As 1,7 mil empresas não significam nada para o governo. Para as teles foi um excelente negócio, agora elas têm o monopólio das telecomunicações no Brasil?, desabafa. Parajo disse também que ?isso não vai ficar assim? e que a Abranet vai estudar todas as medidas cabíveis. ?Se vai ser na Justiça ou no Congresso eu não sei. Mas vamos correr atrás para que seja cumprido o que está na lei?.
