Para Siemens, processo de escolha do padrão foi errado

O vice-presidente da Siemens Communications, Aluízio Byrro, criticou duramente o processo de escolha do padrão de TV digital para o Brasil. Para ele, a decisão foi precipitada e pode limitar a discussão posterior a cerca de um modelo de negócio. ?Independente de ter sido escolhido o padrão japonês ou não, o processo de escolha foi errado de qualquer maneira. Essa decisão é política e o governo tem de ser neutro e deixar a sociedade discutir até a náusea o modelo de negócios que o Brasil quer para, então, definir uma tecnologia?, enfatiza o executivo. Byrro ponderou que, se é verdade que o governo anterior (o de FHC) decidiu não escolher uma tecnologia de TV digital porque estava nos últimos seis meses de mandato, tomou uma decisão muito mais correta do que a do governo atual, que está tomando uma posição no início de uma campanha eleitoral. ?Não estou criticando o lobby dos radiodifusores; até porque também estou fazendo o meu, mas o governo não ouviu todos os lados?, pontua.

ISDB

Para o executivo, se o governo realmente optar pelo padrão japonês ISDB, a escolha terá sido errada na forma e no conteúdo. ?Como vamos adotar um padrão instalado apenas em três cidades japonesas ? Tóquio, Osaka e Nagóia??, questiona. Byrro pondera ainda que o padrão DVB, desenvolvido na Europa, é usado em mais de 70 países e possui um grupo de mais de 230 instituições científicas desenvolvendo esse padrão. ?Além disso, a Comunidade Européia ofereceu uma cadeira para o Brasil no board deliberativo do DVB e todo desenvolvimento brasileiro poderia ser inserido no sistema e o País poderia virar um exportador de software. O que a gente não entende é porque se despreza isso?, protesta o executivo da Siemens. Ele afirma que a possível vinda de uma fábrica japonesa para o Brasil atrelada à escolha do sistema não tem sentido porque isso quem define é o mercado. ?Lamento o processo e lamento de qualquer maneira a escolha porque depois de escolhido o padrão japonês, o que vamos exportar para o Japão? Japonês não compra set-top-box e não tem como comparar com uma exportação para a Europa e a Ásia?.

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